"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



terça-feira, 9 de novembro de 2010

ENEM

Pelo jeito os derrotados em 31/10 querem um terceiro turno. Agora atacam o ENEM e o Ministro Haddad, com base no erro de um lote de 21 mil provas, num universo de 4,3 milhões. A polêmica inicia-se com a liminar de uma juíza cearense que determinou a anulação da prova e, consequentemente, a do gabarito, alegando a igualdade de direito, pelo fato de que 2000 alunos foram prejudicados.
Para Haddad os que foram prejudicados podem, perfeitamente, realizar novas provas, com o mesmo grau de dificuldade daqueles que fizeram a prova, respeitando assim o princípio da isonomia. Mas, se por ventura a juíza cearense não seja convencida do fato, Haddad afirmou que entrará com recurso.
Cabe lembrar que todo este estardalhaço feito pela mídia corresponde aos míseros 0,06% dos alunos, de um total de 3,3 milhões. Isso para mim se configura, no mínimo, em imparcialidade, em uma tendenciosa maneira de diminuir, desqualificar esse grande projeto destinado aos pobres. Se para vocês que perderam a eleição esse índice insignificante de erro, por parte da gráfica – que por sinal é a melhor do mundo –, não sei que nível de exigência vocês terão quando um de seus filhos tirar 9,5 numa prova. Ora bolas, todos sabemos que em muitos vestibulares, com um número bem menor de participantes, sempre há questões anuladas e nunca vi um estardalhaço da mídia contra alguma instituição pública ou privada, muito menos contra as gráficas responsáveis por imprimir as provas.
Mas, se analisarmos os interesses que há por detrás do ENEM, concluiremos que a “indústria do vestibular” tem interesses em não fazer do ENEM um meio de acesso dos pobres aos cursos superiores, pois esse mecanismo desmonta a máfia que há neste país, representados pelos donos de cursinhos, grandes editoras de livros didáticos e universidades pagas. Portanto, ser contra o ENEM é ser contra a livre concorrência, é ser contra ascensão social, é ser contra o direito de todos a uma educação pública de qualidade e, por fim, ser a favor desse elitismo que há anos tomou conta das Universidades Federais, onde a grande maioria dos estudantes é de família de classe alta.

Nenhum comentário:

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento