"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O PORTO É A MAIOR INSTITUIÇÃO ANTONINENSE

Há os que confirmem que o Porto de Antonina é inviável, por conta do baixo calado, provocado pelo assoreamento da baía. Há os que defendem o Porto como saída para os nossos problemas econômicos e sociais. Há os que usam o Porto como cabide de emprego e por isso puxam o saco de políticos do escalão estadual para conseguirem um ou dois carguinhos bem remunerados. A meu ver o que há de verdade em tudo isso é que o porto é a maior instituição do povo antoninense e assim deve ser encarado.
Sou daqueles que entende o porto dessa maneira. Dele dependem, diretamente, aproximadamente 20 famílias e isso deve ser considerado, embora reconheça que as dificuldades sejam prementes, por conta das suas dificuldades de operação e pela sua dependência do Governo do Estado que, por questões eleitorais, prioriza o Porto de Paranaguá, embora não represente uma inviabilidade.
Concordo com aqueles que Antonina anda de pires na mão por conta da sua subserviência política. A falta de uma unidade representativa, o descaso das lideranças locais, o fisiologismo de grupos heterogêneos e o cansaço da população configuram-se como sendo a causa maior do entrave. Mas sei que o porto não vai morrer, senão teria sido enterrado há 40 anos e só não foi por conta da resistência de alguns e pela forte instituição que é.
Obviamente o porto continuará por mais 40 anos assim, caso esse quadro de inércia e interesse fisiológico não mude. E não venham me dizer que estudos de viabilidades, custos e benefícios, ideias neoliberais (em 2001 FHC delegou competência ao Estado) provam a inviabilidade do porto, pois se o fundo de dragagem e a derrocagem da baía fossem aplicados, como reza o contrato, a movimentação portuária poderia ser ainda maior. O grande problema é que o Estado prefere aplicar todos os recursos em Paranágua, por conta de interesses eleitorais, deixando o terminal Barão de Teffé à mingua.
Já ouvi sobre a municipalização do terminal, a volta da federalização e outras coisas do gênero. Quando à municipalização acredito que seja a forma menos viável, uma vez que o município não tem condições de investimento e, mesmo que possa dar concessão a um pool de empresas, esta não seria atrativa, devido à necessidade de grande investimento. A federalização seria a forma mais viável, pois, além de se distanciar da política discriminatória da APPA, poderia o terminal ser inserido no programa de infra-estrutura do PAC para portos e aeroportos, beneficiando-se, inclusive, com a realização da Interportos.
Mas para isso é preciso uma coesão de forças das lideranças locais, em conjunto com a sociedade, com o intuito de cobrar das autoridades essa quebra de concessão com o Governo Estadual. A dificuldade para isso está no autofagismo capelista, no fisiologismo, no interesse pessoal de grupos ligados aos políticos da esfera estadual, cujas ações limitam-se em receber pequenos favores, como barganhar cargos e receber regalias financeiras, em detrimento das grandes causas da sociedade antoninense.
Para concluir, acho legítimo que alguém apoie um candidato com o objetivo de conseguir um cargo no porto, no caso. Porém, ao exercê-lo, que o faça de maneira digna e que lute pelos interesses dos trabalhadores, da instituição e de Antonina.

2 comentários:

Masca disse...

Luiz.
Viu como falar de porto rende comentários dos mais diversos? Uma pena é que a maioria se esconde no anonimato, não têm culhões prá assinarem seus comentários. Continue.
Mauricio Scarante (Masca)

Masca disse...

Luiz.
Falar em porto rende veja matéria "ESPERO QUE TUDO DE CERTO AFINAL ANTONINA GANHA" no blog:
http://denilsonpinheiro.blogspot.com/
Abraço.
Mauricio Scarante (Masca)

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento