"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A POSTAGEM MAIS LIDA EM 2010


O ASSISTENCIALISMO DANOSO

Vivemos num país de contrastes sociais imensos e isso se dá, principalmente, pela má distribuição de renda. No decorrer dos anos, governos programaram políticas assistenciais para amenizar esses contrastes, entre os quais o Bolsa Escola, seguro-desemprego e os diversos vales espalhados pelos municípios. Mas foi a política assistencial do governo Lula que deu às pessoas carentes instrumentos para atenderem suas necessidades básicas, como educação e subsistência, bem como permitiu que elas acessassem às classes de consumidores de produtos, bens e serviços. Mas essa política assistencial ainda permanecerá por muito tempo, porque os municípios pobres vivem em função dessa oferta e, por conveniência e inércia, não investem em políticas voltadas para o desenvolvimento do trabalho e do emprego.
Na maioria dessas pequenas cidades é a administração pública que mais emprega e é também onde se concentra a maior parte das políticas assistenciais, fato este que cria dependência e, consequentemente, desinteresse em investimentos por parte do executivo e legislativo. Mas essa situação tem suas conveniências e não me refiro à política assistencial do governo Lula, mas as vias pelas quais muitos políticos seguem para se eleger: o assistencialismo barato. Esta práxis vem de políticos despreparados, incapazes de legislarem em benefício da coletividade, desinteressados em políticas desenvolvimentistas, mas com uma virtude: a de enxergar a idiossincrasia popular de que cada um tem um voto para vender e um político disposto a pagar. Essa migalha aceita pelo povo é fruto da cultura eleitoral nos municípios pobres, da subserviência dos humildes e do desinteresse de muitos pela política. Com esse estilo os políticos fazem crescer seu apoio, mas em compensação carrega consigo um número razoável de bajuladores, fisiologistas e pessoas interessadas em empregos menores na administração pública. Como não têm capacidade de legislar pelas necessidades maiores do município, tornam-se dependentes de políticos influentes nas esferas superiores da política estadual e nacional, dos quais recebem pequenos favores e depois distribuem ao povo, com o intuito de fazê-lo refém de seus interesses. Com o discurso do povo, pelo povo e para o povo, pelo assistencialismo barato, esses políticos formam uma complexa ligação com seu eleitorado e estes, por gratidão ou conveniência, transformam-o em um importante líder local, dando a práxis política uma falsa legitimidade de que há democracia e desenvolvimento social.
Como vimos é na região mais carente que esses políticos se proliferam e ganham destaque. Para eles projetos desenvolvimentistas não interessam, pois a estratégia é formar uma grande corrente eleitoral junto daqueles que não cobram seus direitos de cidadão. Esse sucesso se dá através da continuidade ou ampliação do assistencialismo barato, porque para eles a cidadania não passa de um trocado que permita ao eleitor comprar um remédio ou uma pedra de crack.

19 comentários:

Anônimo disse...

Hum...entendi o texto. Quer dizer que o alcaide e a primeira dama(responsável pelo social em Antonina) não acabam com a "turma do litro" da Feiramar, pois ali é curral eleitoral.

Ass. João Itaipava da Skol.

Amigos do Jekiti disse...

Escuta João!
A turma do litro, de um modo geral, não representa nenhum perigo, real e imediato, muito pelo contrário. Vejo-os como um bando de vagabundos originais, como muitos que tivemos e temos em nossa cidade. Apesar de serem pedintes e incomodarem um pouco algumas pessoas de fora, na grande maioria das vezes os vi ali, na feira-mar, vivendo suas vidas sem maiores prejuízos a rotina de quem andam por ali.
Penso que a gente precisa deixar de estigmatizar pessoas pelo simples fato de não seguirem uma conduta social imposta e, de alguma maneira, tentar deixá-los viver suas vidas da maneira que melhor lhes convierem.
abraço.

Anônimo disse...

Vc bate e assopra. Aqueles pessoas precisam de ajuda, estão doentes. Pare de fazer jogo de palavras! São usados sim pelo poder.

João Itaipava da Skol

PAULO R. CEQUINEL disse...

É bem isso, prezado Luiz, é precisamente isso. A gritaria localizada contra a tuma do litro é completamente sem sentido.
Devemos estar atentos porque existem propostas - eu mesmo já as ouvi, creio que em 2006 - de "desovar" essa gente inofensiva, nos finais de semana, bem longe daqui de Antonina, com o "argumento" de que eles incomodam os turistas.
Se um turista, qualquer um, incomoda-se com uns bêbados, bem, no que me diz respeito, eu pergunto: em que país essa gente vive?

THE DRUNKY ORNITORRINCO CORPORATION

Anônimo disse...

Hoje...ouvida no Jekiti.

Modéstia pouca é bobagem

- Você acha que é chato ser gostoso?
- É sim. Mas mais chato que ser gostoso, é ser EU

Anônimo disse...

Turista é o viajante que sai de seu local de Origem, motivado por diversas necessidades. Tais como:

-Saúde
-Religião
-Eventos
-Negócios
-Pesquisas
-Esportes

Porém especialmente por prazer. E deve-se ressaltar que o turista, sempre volta para seu local de origem.

Visitante,pessoa que se desloca temporáriamente para fora da sua área (residencial ou de trabalho) habitual, quer seja no seu próprio país ou no estrangeiro, por uma razão que não seja de aí exercer uma profissão remunerada, por um período superior a vinte e quatro horas e inferior a um ano.

Antonina não tem turista, tem é visitante. Só o Cequinel, Eduardo e o seu papagaio de pirata, e o Luiz que acham isso.

(...)"Penso que a gente precisa deixar de estigmatizar pessoas pelo simples fato de não seguirem uma conduta social imposta e, de alguma maneira, tentar deixá-los viver suas vidas da maneira que melhor lhes convierem". Luiz Henrique R Fonseca.

Da minha parte não irei comentar, deixo para os demais leitores do blog. Só deixo essa pergunta: alcoolismo agora é uma conduta social ou é uma doença?

A.A.

Edson de Araújo disse...

Deveriam criar um Litródomo na Praça que fica em frente o Cemitério de bom Jesus do Saivá!
É tiro e queda!
Ou só queda!
A Feiramar ficaria livre para as pregações do apóstolo Wardomiro Santiago de Salinas!

Anônimo disse...

'Esse sucesso se dá através da continuidade ou ampliação do assistencialismo barato, porque para eles a cidadania não passa de um trocado que permita ao eleitor comprar um remédio ou uma pedra de crack'. Postado acima por vc.

Não tenho nenhum problema de "escrisofenia" e também não pus na roda a turma do litro e também não escrevi que vc bateu ou deixou de bater na turma do litro. Volta a dizer e confirmar a turma do litro é sim um problema social, e cabe ao poder público e a sociedade civil antoninense resolver esse problema. Por favor pare de fazer jogo de palavras.

João Itaipava da Skol.

Anônimo disse...

João Itaipava da Skol e a primeira dama: a “ausência que preenche uma lacuna”, nesse questão da Turma do litro.

João Itaipava da Skol

Amigos do Jekiti disse...

Alcoolismo é uma questão de saúde pública, sim. Porém, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. O que quis dizer é que a turma do litro não pode ser estigmatizada e nem banida da feira-mar, porque alguns acham que espanta turistas ou visitantes, como vc colocou em sua postagem. É obvio que é preciso uma preocupação por parte da administração para com o alcoolismo e usuários de drogas, mas isso é uma questão de saúde pública ou de segurança, se alguém cometer um delito de conduta.
No caso da turma do litro, cito inúmeras figuras folclóricas que usavam o mercado para receberem suas dádivas do dia e nunca vi e nem soube que elas foram banidas do local por conta das suas necessidades etílicas – quero deixar bem claro que isso não seja um problema de saúde pública e que possa desencadear um problema social. Mas, pelo que entendi, a questão colocada foi de que a turma do litro é um entrave para aqueles que visitam a praça e isso para mim não se configura como verdade.
Se fizermos uma analogia poderemos chegar à conclusão que a turma do litro usa a feira-mar como um espaço de convivência, como no caso dos freqüentadores do jekiti. Portanto, ambos os espaços são públicos e neles cabem muito os que tomam café e os que tomam cachaça, desde quem sigam regras de sociabilidade. A diferença é que os que vão à feira-mar não estigmatizam ninguém, enquanto alguns que vão ao jekiti, vão para tomar café e estigmatizar pessoas que são diferentes das suas condutas sociais.
Outro aspecto: Lamento sua visão simplista de que o alcaide e a primeira dama façam de meia dúzia de pessoas um curral eleitoral. Isso para mim é, no mínimo, oportunismo de quem não quer enxergar as evidências.
abraço

Anônimo disse...

Em psicologia chamaria o seu comentário como uma "ato falho" - o princípio de falar o que se pensa em estado de alteração emotiva - em nenhum dos meus comentários, foquei em medidas repressoras contra esses cidadãos, deixo isso bem claro, para que vc não confunda os leitores com jogo de palavras.

Já cansei desse debate, e como sei que muitas leitoras leem esse blog quero fazer uma homenagem a elas: a frase é mais que uma simples frase, mas sim um verdadeiro consolo às mulheres: “Você moça bonita que tem pneu, não se preocupe, pois avião também tem!”.

João Itaipava da Skol

Amigos do Jekiti disse...

Leia outra vez o que vc colocou:
"Hum...entendi o texto. Quer dizer que o alcaide e a primeira dama(responsável pelo social em Antonina) não acabam com a "turma do litro" da Feiramar, pois ali é curral eleitoral".

Minha cara,
vc colocou a turma do litro como curral eleitoral e por isso o alcaide não acaba com eles. Isso, na psicologia se chama ideia recorrente, isto é, em seu superego está o preconceito (latente)da turma do litro e o ID (desejo)de que eles não estivessem lá para não atrapalhar os visitantes ou turistas, como queira.

Anônimo disse...

Em se tratando desse assunto vou dar o meu pitaco.

CONCLUSÃO LÓGICA

Galhofa estava estudando (ééé...de vez em quando Galhofa faz isso!) duas pesquisas realizadas e chegou a uma conclusão muito interessante.

Vejamos: uma pesquisa realizada pela Associação Médica Brasileira (AMB), afirma que o brasileiro anda em média no ano cerca de 1.440 km (com exceção do Galhofa que deve andar metade disso).

Já outra pesquisa, desta vez feita pela Universidade de São Paulo (a conceituada USP), aponta que cada brasileiro consome uma média de 86 litros de cerveja por ano.

Baseado nestas duas pesquisas, Galhofa chegou numa marca animadora: o brasileiro faz 16,7 km por litro.

Somos ou não um povo “econômico”

GALHOFA " O Repórter "

Anônimo disse...

Já que tocram no assunto executivo.

Quem manda mais? A prima do SAMAE ou o Prefeito?

A resposta parece óbvia e Galhofa afirma, sem dúvida alguma: é o prefeito! Mas, em Antonina, será que isso prevalece?

GALHOFA " O Repórter "

Anônimo disse...

quem manda mesmo é a andréia-pé-na-tábua haha

Anônimo disse...

ANTONINA É A TERRA DA POLIANA...

FAS quer investigar abandono de moradores de rua em Curitiba

A intenção da Fundação é incentivar denúncias para enviar caso ao Ministério Público

12/01/2011 | 17:54 | Taiana Bubniak, especial para a Gazeta do Povo

Os agentes da Guarda Municipal que fazem a ronda no centro de Curitiba relataram à Fundação de Ação Social (FAS) que moradores de rua, vindos de outros municípios, foram abandonados em Curitiba, na BR-376, na madrugada desta quarta-feira (12). De acordo com o relato, eles foram abandonados sem orientação alguma e sem que a capital paranaense fosse sua cidade de origem e que este tipo de abandono é comum. “As pessoas são recolhidas onde estão e deixadas aqui, em praças, na rodoviária ou nas estradas”, conta a superintendente do órgão, Ivana Busato, que assumiu o cargo há cerca de uma semana e tomou conhecimento das ocorrências nesta quarta.

A intenção de Ivana é que estes relatos se transformem em uma denúncia, que será enviada ao Ministério Público. “Se outras localidades estão adotando este tipo de prática, isto é uma violação dos direitos humanos e até crime”, comenta. De acordo com a entidade, dos cerca de três mil moradores de rua que vivem em Curitiba, 30% são de outros locais. “Embora não possamos determinar se todos chegaram aqui desta maneira, precisamos de mais informações para poder saber se algum município ou estado está fazendo isso e responsabiliza-lo”, explica.

Ivana faz um pedido à população de Curitiba e da região metropolitana a fim de facilitar as investigações sobre esse tipo de ação. “Se alguém souber ou ver esse tipo de abandono acontecendo, pode ligar para a Guarda Municipal ou para a Fundação e dar mais detalhes sobre o que está ocorrendo”, solicita.

Em Curitiba, de acordo com Ivana, os moradores de rua são abordados e é oferecido a eles a participação na Casa da Acolhida e do Regresso. Caso sejam de outras cidades, é feito um contato com a administração desses municípios para encontrar conhecidos ou familiares e são concedidas passagens de ônibus. Em 2010, a FAS distribuiu passagens para 4.058pessoas.

****Enquanto isso em Antonina????

No Brasil nada se cria tudo se cópia. Há tempos os moradores do entorno da Praça da Carioca, viram na madrugada uma Kombi com placa de Quatro Barras despejar um monte de moradores de rua na praça. E tudo continuou na mesma........os nossos secretários municipais jamais praticaram a proatividade muito menos a reatividade, depois o Canduca não quer assumir o ônus das imcompetências posta por ele.


GALHOFA " O Repórter "

Anônimo disse...

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Mendigos, ontem e hoje
12 jan 2011 - 15:40

Do descobridor do Cabral

A informação de que estão “descartando” mendigos de outras cidades em Curitiba mostra mais uma vez a face cruel da sociedade. E não é de hoje tal prática, a do descarte. No governo Carlos Lacerda (1960-1965), chegou-se ao extremo: mendigos eram recolhidos e jogados no Rio da Guarda. O afluente do Guandu recebia os habitantes indesejáveis da Cidade Maravilhosa, então capital do estado da Guanabara. Orquestrado pela banda podre da Secretaria de Segurança, o programa de “higienização” foi denunciado pelo repórter Amado Ribeiro, do jornal Última Hora, e levou o carimbo de operação mata mendigo. Para muita gente, ontem como hoje, vale a lei do extermínio puro e simples dos deserdados e excluídos.

Tristes trópicos.

Blog do Zé Beto

Antonio disse...

Antonina é a terra da Polina? Não para o seu povo e sim para todos as administrações que já passaram pelo Paço Municipal.

Antonio disse...

Classe mérdia tem uma solução para tudo: 'Basta tirá-los dali'

Turma do litro na praça e nas ruas? - Basta tirá-los dali. Menores consumindo crack? - Basta tirá-los dali. Prostitutas na calçada? - Basta tirá-las dali. Excesso de carros nas ruas? - Basta tirá-los dali. Sem terra invadindo terras improdutivas? - Basta tirá-los dali. Sem teto invadindo prédios desocupados? - Basta tirá-los dali. Moradores em áreas de risco? - Basta tirá-los dali. Favelas? - Basta tirá-los dali.

E colocar onde?

Isso não querem saber: acham que políticos foram eleitos para isso. Querem que eles façam o serviço sujo.

Os últimos acontecimentos no Rio e em SP mostram que à direita e à esquerda muitos querem a solução simplista da classe mérdia: - Basta tirá-los dali. Mesmo que para isso seja necessário chamar a polícia.

Ou seja: mendigos, sem-teto, sem terra, prostitutas, drogados, todos são caso de polícia.

Não são não. Polícia é para quem precisa de polícia. Eles precisam é de política com P maiúsculo: política social, inclusão. Cidadania. Não temos que tirá-los dali. Temos que incluí-los aqui.

Somos humanos; isso, em suma, é o que somos.



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O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento