"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



sábado, 19 de março de 2011

A DOR E A OPORTUNIDADE

PARTE 1

A vida nos ensina o significado da dor e o dinamismo dessa verdade pode nos trazer uma nova vida. Sofrer é inerente ao ser humano e esta constatação muitas vezes é deixada de lado porque nós, seres humanos, estamos muito mais preocupados com a efêmera felicidade. Esta verdade sempre vagou sobre nossas cabeças esperando o momento propício para ser revelada e através dela oportunizada.
Os tristes acontecimentos em Antonina e nas demais localidades do litoral podem ser a chave para abrir a porta da nova era, desde que saibamos aprender a lição que só o sofrimento pode nos dar. É obvio que para alguém que gozava da suprema tranqüilidade esse duro golpe fará do antoninense um povo mais preocupado, tomado pelo medo, inseguro em relação ao futuro. Mas isso faz parte do processo e nos remonta, tempo depois, para algo maior, porque a vontade e desejo de sobrevivência é tão inerente ao ser humano quanto o sofrimento.
Essa perplexidade, aposto, não foi "privilégio" do povo comum. É bem provável que o executivo e legislativo sentiram o golpe e ambos ficaram perdidos no meio de tanto de caos. A falta de experiência em tragédias como essa leva à perplexidade, à impotência, embora não as considere uma justificativa para a falta de ação das lideranças em lidar com a crise. Neste aspecto, para não ser vago, considero como falta de preparo a inexistência de meios adequados que possam subsidiar a necessidade de recursos para, inicialmente, amenizar a crise e depois, com base em levatamentos, reinvindicar os recursos necessários.
Logicamente deve haver uma estratégia e essa passa, de imediato, por duas situações reparatórias. Em conjunto com a construção das casas, reconstrução das pontes, reparação de estradas e serviços, deve a administração adotar medidas para ajudar àqueles que vivem essencialmente do turismo, como nos casos de bares, restaurantes e rede de hotelaria. Essas medidas reparadoras devem ser sustentadas enquanto durar o período de reconstrução das casas, da assistência aos que sofreram com as chuvas e de reparação das vias de acesso à Antonina.
Mas essas medidas reparadoras devem seguir outra diretriz, a qual é fundamentada numa política desenvolvimentista baseada na criação de um mecanismo que permita a valorização do trabalho e emprego. A concepção básica e fundamental reside não só na implantação de uma política voltada para o turismo do centro da cidade e sua já conhecida gastronomia e prédios históricos. Essa política deve se estender para outras regiões, potencialmente capazes de atender àqueles que preferem o turismo ecológico. O recanto do Rio do Nunes, o Rio Cachoeira, o Cacatu e o Bairro Alto, são lugares ideais para a implantação do turismo ecológico. Mas esta política deve seguir alguns ditames, cujas diretrizes estão alicerçadas em planos de infraestrutura de estradas e de espaços naturais, projeto estético e paisagístico, pessoal treinado para orientar e atender a necessidade dos visitantes e locais adequados para hospedagem, etc.. Com essas medidas a região se desenvolve e através do turismo sustentável a população tem a oportunidade, inclusive, de gerir seus próprios recursos.
Eu sei que a tecla do turismo foi incessantemente batida e até certo ponto tornou-se uma espécie de óbvio ululante capelista, mas não há como negar esse potencial e muito menos descartar qualquer política desenvolvimentista que não passe pelo turismo. Ela, como todos sabem, é uma fonte de divisas para o município e entendê-la como pequena é no mínimo uma irresponsabilidade ou falta de visão.
As ideais são muitas, a Aestur e Secretaria de Turismo, mal ou bem, são os órgãos a serem ouvidos e chaves principais para a eleboração do projeto turístico para Antonina. Essa é uma verdade inexorável e ela paira sobre nossas cabeças, esperando pelo momento propício de transformar a dor de nossa tragédia em uma grande oportunidade para melhorar nossa autoestima e abraçarmos o novo tempo.
Cabe ressaltar que a política desenvolvimentista proposta não passa apenas pelo turismo e sim pela criação de mão-de-obra capacitada para atender outras áreas, cuja cultura e experiência Antonina tem. Refiro-me ao Porto, ao terminal do Felix e algumas alternativas, via incentivo fiscal, para atrair novas empresas, porém desde que se tenha uma política de trabalho e emprego, baseada na formação de mão-de-obra local para este fim... Mas isso é outra história e fica para depois.
Para concluir gostaria de lembrar aos leitores que a história nos prova e nos ensina que muitos países que passaram por tragédias, tornaram-se grandes potências, porque souberam fazer da dor suas grandes oportunidades.

7 comentários:

Edson Negromonte disse...

É isso aí. Valeu, Luiz!

Eduardo Nascimento disse...

Luiz Henrique, espero que esta avalanche de terra e água tenha limpado os ouvidos e aberto os olhos dos nossos mandatários. O óbvio se fez ainda mais presente. Esperamos que todos possamos reagir, cada um de seu ponto de vista, mas todos preocupados com o nosso quadrado: Antonina.

Anônimo disse...

OS URUBUS DE FORA SOBREVOAM A TRAGÉDIA, E OS NOSSOS FAZEM O SEU TRABALHO SUJO.

Fragmento I de "O Sangue do Rio Sangue".
“… Calculou alguns passos até a ponta do avarandado, para constatar que os urubus sobrevoavam com lerdeza, e em círculos aumentados, o matadouro municipal, sinal de que os homens do abate estavam em atividade. Outros urubus, os mais solenes, por certo destinados ao comando, ocupavam as estacas da cerca que separava o abatedouro da manga, onde os animais condenados passavam a noite à espera do golpe que chegaria com a manhã. Tinham ombros enormes e pontiagudos os urubus como se usassem [...]

O que me dá mais raiva quando ocorrem estas tragédias é quando vejo na televisão nossos ilustres políticos e ínclitas autoridades - qual urubus - sobrevoando a região de avião ou helicóptero...Qual a serventia que isso tem ? Em que melhora a vida dos flagelados ? Qual o efeito prático desses vôos ?

Eles fazem cara de estupefatos, tristes, chocados apenas quando enxergam as câmeras das grandes redes de televisão por perto. Depois, engravatados, lépidos e fagueiros, vão comer camarão e tomar champagne nos melhores restaurantes - ou motéis - do ramo.

Os helicópteros demoraram para ser liberados para salvar os coitados atingidos pela tragédia. Alegaram que a demora se deveu aos trâmites burocráticos. Mas para os nossos vereadores aumentarem seus próprios salários gastam apenas apenas 20 segundos numa votação relâmpago e o pior os seus cabos eleitorais espalhando fofocas pela cidade, a de hoje é que a 1ª dama que coordena a distribuição aos desabrigados, lá na estação, escolhe a dedo os que vão receber os donativos, tem uns que até afirmam categoricamente que só recebem donativos os eleitores de seu marido. Porra! Se os vereadores não querem prestar solidariedade aos desabrigados é problema deles, mas não atrapalhem quem queira trabalhar pelos necessitados, ponham os seus cabos eleitorais numa mangueira e os mandem calar a boca, esse não é o momento para a pratica da mais rasteira das políticas, a de fazer fofoca para tentar destruir o belo trabalho de solidariedade de todos os voluntários antoninenses. Enquanto os seus pares federais argumentam que não podem dar mais do que 545,00 reais de salário mínimo sob pena do país falir.

Enquanto isso ocorre, quem se mobiliza por livre iniciativa é o povo antoninense. Por sua generosidade, mesmo os mais pobres ajudam os flagelados suprindo a ausência dos políticos vereadores.

Por muito menos do que isso, os franceses decapitaram reis, rainhas e demais nobres parasitas e instauraram uma nova ordem. Até quando vamos aguentar 60 tipos de impostos - a maior carga tributária do mundo - que se abate sobre nossos bolsos pela voracidade fiscal de quem nos dirige ?

Acorda, juventude brasileira, pois estão trucidando o futuro de vocês !

ATENÇÃO!!!!!MORADORES DA LARANJEIRA E IMEDIAÇÕES - O QUE ESSES PORCOS FOFOQUEIROS CABOS ELEITORAIS DE VEREADORES QUE NÃO TÊM NENHUM COMPROMISSO COM A COMUNIDADE ESTÃO ESPALHANDO E FOFOCANDO É MENTIRA....É MENTIRA.....NÃO SE PREOCUPEM MEU POVO. A PEDRA GRANDE LÁ DO MIRANTE NÃO SERÁ DINAMITADA...A PEDRA GRANDE LÁ DO MIRANTE NÃO SERÁ DINAMITADA...A PEDRA GRANDE LÁ DO MIRANTE NÃO SERÁ DINAMITADA.....

*O GUARDIÃO DO PORTINHO"

Fortunato disse...

Turismo? Para que serve?

O que queremos destacar neste texto é o contraste envolvido com esta realidade, onde os turistas são considerados prioridade e a comunidade local fica a margem dos benefícios gerados. O questionamento apresentado no título está presente na vida de muitos antoninenses, uma vez que não vêem o retorno direto da atividade. Isto é claro com exceção dos envolvidos de alguma forma com a atividade comercial que o turismo proporciona.

Tal questionamento se faz imprescindível em uma cidade onde além de “turística”, também sofre com problemas sociais que são conhecidos por todos. Dessa forma, partindo do pressuposto de que o Turismo quando trabalhado no formato de integração com a comunidade pode trazer soluções pontuais aos problemas sociais, é fundamental problematizarmos a maneira com que o Turismo e seus empreendedores em Antonina o vem sendo conduzido.

É evidente que não podemos negar os benefícios gerados, pois o Turismo é uma atividade com participação relevante no PIB municipal - quando há o retorno em forma de ICMS/ISSQN... -, mas também temos que verificar os impactos ambientais e sociais que são gerados pelos mais de 50 mil turistas(Carnaval 2011) para, a partir disso, avaliarmos quem de fato está sendo beneficiado neste processo.

O que nos trás certa inquietação infere ao aspecto de indiferença dos ***empreendedores de turismo para com as ações voltadas à comunidade, que por sua vez olha a sua volta e vê cada vez mais turista e uma cidade que cada vez mais sofre com as conseqüências da desigualdade social.

Uma ação dos empreendedores turísticos de forma eficiente voltada a aspectos que venham buscar uma maior interação entre comunidade e turista, servindo de instrumento para distribuição dos benefícios gerados pela atividade turística auxiliando na erradicação das desigualdades sociais é um objetivo que os responsáveis pelo Turismo local necessitam ao menos colocar nas suas pautas de discussão.

***donos de hotéis/pousadas/restaurantes...prestadores de serviços em geral.

Amigos do Jekiti disse...

Natinho,
Concordo com vc. Não é à toa que me posicionei a respeito do turismo sustentável. Divisas ao munícipio não se configura como desenvolvimento social. É preciso que a comunidade possa gerir os recursos.
abraço

Amigos do Jekiti disse...

Bó, também concordo com vc.
Está na hora de Antonina aprender com sua hiroshima e Nagasaki. Todos devem participar do prossesso para que Antonina não viva eternamente deitada a beira do mar.
abraço

Anônimo disse...

Os caes e seus donos

Quatro homens estavam discutindo quem tinha o cachorro mais esperto.
Um Engenheiro, um Contador, um Químico e um Vereador.
Para se exibir, o engenheiro chama a sua cadelinha:

-"Régua T, faz aquilo!"

Prontamente, a cadela sobe numa mesa, pega papel, caneta e desenha um círculo, um quadrado e um triângulo. Todos, assustados, concordaram que era um cachorro BEM esperto...
Mas o Contador disse que o seu fazia melhor... Chamou sua cadelinha e disse:

-"Planilha, vai fundo!"

A cadela entrou na cozinha e de lá saiu com 12 biscoitos, os quais dividiu
em 3 pilhas de 4. Ainda mais assustados, todos concordaram que aquilo era surpreendente...
Mas o Químico disse que a sua era melhor...

-"Molécula, vai lá!"
A cadela levantou-se, abriu a geladeira, pegou um litro de leite, um copo de 300ml e colocou exatamente 200 ml de leite nele sem derramar uma gota sequer.
Silêncio... todo mundo ficou abismado... Num instante, alguém virou pro Vereador e perguntou:

-"e o seu cachorro, o que faz?"

O Vereador ordena :
"Assessor, sua vez!"

Assessor pulou do seu canto, comeu os biscoitos, tomou o leite, fez cocô no papel do desenho, transou com as 3 cadelas, alegou que machucou as costas ao fazer isso, protocolou um relatório de dispensa por falta de condições de trabalho e foi para casa o resto do dia por dispensa médica..."

Assinado
Bagrinho da Quaresma

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento