"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



sábado, 28 de maio de 2011

ESTADO LAICO UMA OVA

A presidenta Dilma recuou frente à pressão da bancada religiosa do congresso sobre o kit anti-homofobia. O fato do seu recuo não teve nada a ver com o conteúdo da cartilha e sim um toma lá da cá por conta dos apoios alinhavados com alguns membros das igrejas durante a campanha presidencial do ano passado. Claro que entendi esses acordos e sei que os motivos não foram só políticos e sim uma estratégia para dirimir a avalanche covarde de alguns influentes religiosos que apoiavam a candidatura Serra. Porém, o recuo da presidente foi uma demonstração de sua falta de convicção em relação aos avanços sociais deste país e mais, deu brechas para os Bolsonaros, Malafayas e outros representantes do atraso brasileiro avançarem em seus objetivos, isto é, fazer deste país um lugar de intolerância e ódio.
Não me surpreenderei se o PL 122 não sofra ação de continuidade e se torne um instrumento de outro toma lá da cá por conta das pressões da bancada evangélica ou "lembranças" de acordos de campanha.
O que me preocupa é a falta de sensibilidade social da presidenta em não enxergar que ninguém é homossexual por opção e que ninguém se torna gay por influência de costumes, como ninguém se torna bandido motivado por crimes e assassinatos que são mostrados todos os dias na mídia. Esse recuo da presidenta, para mim, além de ceder às pressões é prova de que ela também é influenciada por essa coerção social, moralista e hipócrita, que ainda domina nossa sociedade e que dá motivos para aumentar ainda mais a violência contra os homossexuais. Com isso, quero afirmar, que o amor não é escolha e sim um sentimento que se transforma em atitude de carinho e afeto, bem diferente da violência que é desencadeada pelo ódio aos diferentes, portando, deve ser criminalizado.
O salto para a modernidade que milhões anseiam pelo jeito vai esperar ou até mesmo ficar no sonho, pois o estado laico que a igreja tanto abomina pode estar sendo destruído pelo recuo do governo e sua sua política do é dando que recebe.
No entanto quero deixar bem claro que essas críticas não se configuram como falta de apoio ao seu governo e nem incondicionalidade e subserviência. Só quero apenas, como brasileiro e eleitor, ter o direito de me indignar com esse fato, pois na democracia os iguais também discordam e essa prática é seu grande legado.

6 comentários:

Anônimo disse...

Apareceu uma nova religião: a religião laica. Todo mundo é obrigado a concordar que homem tenha filho com homem e mulher tenha filho com mulher.
Impossível. natureza é natureza. Voces querem mudar POR LEI a natureza física e biológica.
Já já o reino vai estar povoado por veadinhos e sapatões induzidos, filhos e filhas desses casais.... ora, essa não !!!!

Amigos do Jekiti disse...

Vc esté redondamente enganado a respeito do que fora colocado. Ser amigo de "viado" não significa que vai sair por aí socializando suas partes íntimas, para ser mais elegante, e muito menos se esconder por conta disso.
Percebo, pelo seu comentário, que sua masculinidade ou heterossexualidade teme a influência dessa avalanche cor-de-rosa que por muito tempo foi obrigada a se esconder devido às perseguições dos segmentos mais atrasados deste país.
Se teme, digo que não tema, a não ser que ainda a porta do seu armário esteja entreaberta.
Portanto, parto do princípio de que você é a favor da violência contra os homosssexuais, uma vez que nega esses direitos aos milhões que vivem homoafetivamente. Prevarica quando afirma que a intenção dos que mantêm relações homoafetivas é querer ter filhos - lego engano, meu caro -, o que eles querem é ter as mínimas garantias para seguir suas vidas e nunca mais pagar um preço muito alto por isso.
Se você não sabe, meu caro, há no país aproximadamente 20 milhões de gays e muito deles colaboram com a nossa economia, na compra de imóveis e com turismos exclusivos.
Fico aqui imaginando você dono de estabelecimento tendo como cliente um casal gay trazendo pelas mãos uma criança adotada... Eles são consumidores ou não?

Anônimo disse...

Vai ser 'lindo' preencher documento de criança: Mae: Maria das quantas - Pai: Joana sapatudo....

Cada um que faça o que bem entender, mas adoção..... tenha santa paciência!!!

PAULO R. CEQUINEL disse...

A criança em questão, entretanto,teria nome e sobrenome, e pai e pai ou mãe e mãe.
Você, anônimo de merda, seria uma merda anônima, boiando nos esgotos sem pai nem mãe, e nem mesmo conseguiria ser uma bosta fedida, vez que você não fede nem cheira.

Anônimo disse...

pronto!!! o ESGOTÃO do reino voltou a funcionar....

Anônimo disse...

POis eu achei que a atitude da presidente não foi poliítica! Quero e preciso pensar assim. Talvez o kit escolar gerasse muito mais preconceito, porque as famílias iriam, internamente, fazer pressões sobre os seus jovens, dizendo sofre o certo e o errado, viciados por um preconceito de milênio. Assim como foi e é até hoje, o próprio comunismo, como comedor de criancinhas. O kit, segundo a presidente, só serviria para definir padrões e esta não é a meta esperada. O que se quer é que não haja preconceito, que todos se tratem da mesma forma, como seres humanos, com seus direitos e deveres. Que ninguém seja rotulado por ser isto ou aquilo. Talvez se fosse um kit sobre preconceito, de uma forma geral, raça, credo, religião, opção sexual, estrangeiro, deficiente físico, que ainda nem vi ou ouvi falar de algum kit sobre o assunto nas escolas, assexuados, porque isto existe e os homens é que sabem o quanto gera preconceito, e tantos outros tipos de preconceitos que poderiam ser discutidos nas escolas. Achei e defendo a presidente, de que a escola tem o dever de transmitir o saber elaborado e deve-se deixar para cada um definir sua sexualidade. Acho até, que um kit destes poderia influenciar de tal forma, até como modismo, nossos jovens, que o futuro mostraria as consequência psicológicas envolvendo quem não era e passou a ser e os que eram e ficaram com mais vergonha de ser!
O que se quer é liberdade. É respeito. É aceitação. Até entendo que, se o grupo gay quiser dar palestras em escolas, assim como tem feito os religiosos, os negros, as organizações dos deficientes físicos, este direito não se discute. Mas o MEC distribuir kits, chega a beira do absurdo e do gasto com o dinheiro público. Ou faz pra todos ou não faz nada. Isto é a democracia. Veja o que aconteceu com a cota de negros. Alguns vão ter acesso nas universiddades, uns se formarão e sempre serão rotulados de ter levado vantagem perante a sociedade. O melhor seria melhorar nosssas escolas públicas. Dar cotas desde a pré-escola. Dar condições ao que recebe bolsa escola de um ensino de alto nível. Quanto dinheiro jogado fora, sendo que todos nós que temos filhos em escolas particulares sabemos que o ensino é feito através de apostilamento. Por que este método não é também utilizado pelo poder público? Acho que é porque não querem mesmo. Fiquei feliz quando em uma entrevista a presidente disse que lia muito. Que incentivaria a educação. Pareceu que sabia do que falava. Por isso, este gesto dela agora, já é parte de saber que este tipo de distribuição não faz parte do saber elaborado, portanto, não tem que entrar no currículo escolar. Atividade extraclasse, talvez, mas por voluntários, por defensores de idéias, mas não através dos professores que já fazem muito.

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento