"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



domingo, 11 de dezembro de 2011

A VEJA SENTE O GOLPE E TENTA DESVIAR O FOCO COM COISA VELHA

Aprendi com meus pais e a vida que a gente precisa ter reserva moral para criticar a atitude de alguém. Embora a vida sempre nos pregue algumas peças, procuro seguir esse princípio, mas sem querer ser um moralista, conservador e reacionário - longe disso.
Costumo dizer para os mais próximo que antes de fazer algo ou aceitar alguma proposta, penso, em primeiro lugar, se minha atitude vai ser um bom exemplo para as minhas filhas, pois considero que a educação tem muito mais a ver com o exemplo que com o discurso.
Dito isso, deparo-me com a capa da Veja, na qual está estampada a velha e famigerada "lista de Furnas", que foi descoberta durante as investigações do mensalão. Para os que não lembram ou não sabem, informo que a referida lista continha o nome de 156 políticos, entre os quais Serra, Aécio e Alkimin, acusados de receberem dinheiro de caixa 2 durante a campanha eleitoral de 2002. Com o apoio da mídia a oposição, numa tentativa de desestabilizar o governo Lula, informou que a referida lista era uma armação do PT, mas esta estratégia não vingou, pois a polícia federal, através de sua equipe de peritos, confirmou a veracidade da lista, conforme informa a Folha Online, em 06/06/2006:

6/06/2006 – 09h50

Novo laudo da PF indica que lista de Furnas é autêntica

RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo

A Polícia Federal confirmou ontem a autenticidade da chamada “lista de Furnas”, documento de cinco páginas que registra supostas contribuições de campanha, num esquema de caixa dois, a 156 políticos durante a disputa eleitoral de 2002. No total, eles teriam recebido R$ 40 milhões.
Segundo a assessoria da direção geral da PF, em Brasília, perícia do INC (Instituto Nacional de Criminalística) concluiu que a lista não foi montada e que é autêntica a assinatura que aparece no documento, de Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas, empresa estatal de energia elétrica. A PF informou, contudo, que não tem como atestar a veracidade do conteúdo da lista. Os papéis citam empresas que teriam colaborado para um caixa dois administrado por Dimas Toledo.
Entre as campanhas eleitorais supostamente abastecidas pelo esquema estão as do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, hoje candidato à Presidência pelo PSDB, do ex-prefeito de São Paulo José Serra (PSDB), atual pré-candidato ao governo paulista, e do atual governador mineiro, Aécio Neves (PSDB). As campanhas em 2002 teriam recebido, respectivamente, R$ 9,3 milhões, R$ 7 milhões e R$ 5,5 milhões
Sentido o golpe que o livro Privataria Tucana deu nos protegidinhos da mídia, Veja requenta uma matéria de 2006, na tentativa de desviar o foco das sérias e provadas denúncias que o jornalista Amaury Ribeiro Júnior fez em seu livro.

Portanto, senhoras e senhores, a Veja utiliza-se da desinformação e da falta de memória do povo brasileiro para pregar mais uma peça na opinião pública. Como a revista Veja não tem reserva moral, pois está comprometida até o pescoço com a tucanada, tenta desviar o foco das sérias denúncias contidas no livro Privataria Tucana.

2 comentários:

Sr. Manelão "o que sabe!" disse...

domingo, 11 de dezembro de 2011

A inútil “moralidade” seletiva da mídia

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O que faria uma pessoa abrir uma empresa num paraíso fiscal?

Imagine se a filha ou o genro de Dilma Rousseff o fizessem?

Ou se este genro de Dilma Rousseff repassasse, desde uma empresa (sua) nas Ilhas Virgens uma bolada de dinheiro para outra sua empresa no Brasil e, acionado por dívidas previdenciárias, não tivesse nem mesmo um automóvel em seu nome para ser penhorado?

Ou se a filha da presidenta estivesse respondendo na Justiça pela quebra do sigilo bancário de 60 milhões de pessoas, por acesso indevido aos cadastros do Banco do Brasil?

Ou se um diretor do Banco do Brasil comprasse, por operações cruzadas, praticamente uma prédio inteiro da Previ, caixa de previdência dos funcionários?

Tudo isso aconteceu e está documentado no livro de Amaury Ribeiro Júnior, com uma única diferença.

Os parentes eram de José Serra, não de Dilma Rousseff.

O que basta para não ser notícia nos nossos “moralíssimos” jornais.

Quando se age assim, desparece a autoridade moral para criticar.

E se enganam se acham que vão poder abafar o caso com a falta de notícias.

O livro de Amaury Ribeiro puxou vários fios da meada imunda das privatizações.

E este novelo vai ser exposto.

Ontem, aqui, já mencionamos um deles.

A AES, empresa americana que comprou a Eletropaulo e a Cemig – de uma forma que deixou até Itamar Franco, dócil às privatizações, indignado – também faz negócios com as elétricas brasileiras a partir das Ilhas Virgens.

Lá, em algumas simples caixa postal, ficam a dúzia de empresas-fantasmas que exploram a conta de luz dos paulistas e devem um fortuna ao BNDES.

A imagem é reproduzida de um dos contratos que se fez para encontrar saída para esta escandalosa inadimplência e favoritismo.

Contratos subscritos pelo srs. Britaldo Soares e Eduardo Berini, que são diretores da Eletropaulo e/ou procuradores de duas dúzias de empresas-fantasmas, que só existem no cartório do paraíso fiscal caribenho.

A privatização das empresas estatais é o maior escândalo da história do Brasil.

E, com os jornais ou contra eles, virá à tona.

Ñ sou felizardo do PSDB disse...

A privataria tucana, de Amaury Ribeiro Jr., lançado há uma semana por sua Geração Editorial, esgotou a primeira tiragem de 15 mil exemplares em 48 horas. Uma nova fornada de 30 mil está a caminho. Saudado com um silêncio ensurdecedor pela grande mídia, a obra faz uma devassa nos porões da venda do patrimônio público durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003). E mostra, com farta documentação, as idas e vindas de comissões, favorecimentos e propinas que fizeram a fortuna de poucos felizardos que gravitavam em torno do PSDB.

Ao mesmo tempo, a obra não pode ser acusada de estar a serviço do PT. A agremiação de Lula sai chamuscada do livro em pelo menos dois episódios: o grande acordo que acabou com a CPI do Banestado, em 2003, e o comportamento de alguns dirigentes, durante a campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010.

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento