"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



quinta-feira, 12 de abril de 2012

AO VENCEDOR AS BATATAS

É evidente que o capelista é conservador. Isso é mostrado não só pelo seu contexto histórico social, mas pela sua postura política, religiosa e cultural de hoje.
Quando analisamos nossa política, nossa administração, logo vem a mente as frustrações pelo passado pungente, quando Antonina tinha um dos maiores portos do Brasil e uma economia desenvolvida. Bato nessa tecla, porque tenho a certeza que nossos males, nossa baixa autoestima, provêm da analogia que fazemos entre o que éramos e o que nos tornamos.
Os da minha geração ainda lembram-se da enorme movimentação na cidade, refletida pelas centenas de estivadores e arrumadores que desfilavam pelas ruas da cidade, pela classe média forjada dentro dos escritórios do Matarazzo, do Porto e, antigamente, nas companhias de exportação da erva-mate. Muitos dos meus amigos tinham parentes que trabalhavam nessas instituições, as quais mantinham o pleno emprego e o movimento do comércio.
Se hoje analisarmos a trajetória da nossa política veremos que nem o legislativo nem o executivo preocuparam-se em idealizar um projeto de cidade, que tirasse das nossas potencialidades culturais e ambientais os meios adequados para um desenvolvimento sustentável. Se analisarmos ainda os meios legais usufruídos por muitos municípios pequenos que se desenvolveram através das leis de incentivo fiscais, concluiremos que em nossa cidade jamais houve uma política de trabalho e emprego, em conjunto com ações prévias de formação de mão-de-obra para a criação de polo industrial, mesmo que pequeno. E, se irmos a fundo à questão, chegaremos à conclusão que nosso executivo e legislativo não tiveram e não têm a visão necessária ou formação intelectual para criarem esse tal projeto de cidade.
A prova recente disso é a mudança do Plano Diretor, cujas modificações subestimam a inteligência e o respeito daqueles que diretamente seriam afetados com a mudança do uso e ocupação do solo. Mesmo que tudo fosse respeitado, ainda assim não traria grandes benfeitorias à cidade, uma vez que em Antonina, além de não ser o centro consumidor, poucos empregos seriam criados, cuja premissa me leva a crer que o interesse não é coletivo e sim pessoal.
Ao fim e ao cabo, como diz o Cequinel, nossas esperanças residem nas urnas e na capacidade de usarmos nossa cidadania na plenitude, mesmo que corramos o risco de assinarmos um cheque em branco em outubro de 2012. Mas se não tivermos essa consciência só posso crer que ainda viveremos da sobrevivência, da pseudo esperança de um falso messias e da ascensão das mães dos pobres, todos forjados por esse canibalismo político que atende a máxima machadiana de Quicas Borbas, que ao vencedor cabem as batatas.

8 comentários:

Henrique disse...

Boa abordagem, Luiz Henrique vc. em poucas linhas resumiu a ópera.
Complemenando, além do preconceito,
nossa Antonina ficou tal qual a Carolina da música do Chico Buarque.
" O tempo passou na janela só Antonina não viu."

Jeff Picanço disse...

Luiz

triste, mas realista, alem de um texto muito bem escrito. Parabéns. A capela tem um caminho longo a frente pra descobrir o seu proprio...
abraços

Anônimo disse...

Essa situação de paralisia e conformismo social, seja pela ignorância política do cidadão comum ou mesmo pela posição conservadora daquela minoria que sempre está no poder, verifica-se na grande maioria das pequenas cidades brasileiras. Sei que Antonina tem toda uma história pujante, como o autor do texto destaca, mas infelizmente não temos uma tradição de fazermos planos de desenvolvimento para medio e longo prazos. A cada gestão que começa, procura-se apagar o que foi feito e começar tudo novamente, ou melhor, tautológicamente estar e caminhar, esta é a realidade.

João disse...

Antonina foi colonizada por uma elite predadora, depois que a 'mina de esmeralda' secou, foram todos embora da cidade com a guiaca cheia de ouro e dólares. Oprimiram como puderam o nosso povo, quando foram embora os oprimidos tornaram-se opressores. Vcs sabem o porquê da estatização da comissárias de Antonina? Havia uma sonegação de mais de 100 milhões de dólares na balança de comércio exterior praticada pelas mesmas, Getúlio Vargas mandou estatizar - só esqueceu de prender os ladrões das comissárias -, daí entra a Epopéia dos Escoteiros - que foram usados pela elite - com a saída desta elite predadora e corrupta de Antonina, os antigos oprimidos - como já me referenciei acima - tornaram-se opressores e orgulhosos, tendo um que até expulsou na cidade o Interventor do Paraná nomeado pelo Getúlio Vargas, o Sr. Manoel Ribas. Assim caminha Antonina, com o velho axioma: "FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO".

Tortura Nunca Mais disse...

Luiz para Antonina ter um recomeço a cidade dos coronéis precisa urgente de um revisionismo da nossa história, fomos todos enganados!!!!!!!!!!!!!Teve até o caso de um prefeito eleito com voto popular, que foi defenestrado da prefeitura por uns coronéis que apontaram um revólver em sua cabeça e ele assinou uma carta de exoneração de prefeito municipal, e que na época quem assumiu foi o presidente da CMA, que estava em concluio com esses coronéis.

Bacucu com Farinha disse...

Luiz quero deixar claro aqui que..., o corajoso aí em cima "Tortura Nunca Mais" que usa de Modus In Rebus..., atacar a história não tão bem contada como os suposto acha que foi.

Primeiro, se houve a retomada da Prefeitura Municipal de Antonina da maneira que você menciona..., é porque tinha na política tupiniquim Homens de CULHÃO para fazer o que fizeram.

Acho que quem deveria reclamar este fato na história de Antonina não está reclamando, e se o fizer, tenho a plena certeza que fará de cara limpa expondo a sua verdadeira identidade e com coragem. Coisa que lhe falta, CORAGEM.

Segundo, lembre-se que, estes coronéis que você afirma em seu comentário, um dos filhos..., hoje é um Juiz muito bem sucedido e meu amigo..., e creio que ele não queira ver o nome do seu pai manchado por um patife qualquer como você.

Terceiro, o presidente da CMA na época em que assumiu a prefeitura, foi o Excelentíssimo Ex-Prefeito Oscar Pires da Silva, meu avô, que por ter dedicado a sua vida política a esta cidade, e ter honrado o nome "PIRES", acabou os seus dias limpando mijo, varrendo e fiscalizando o Mercado Municipal, muito diferente de alguns ex-prefeito que ostentam as suas riquezas.

E por último, cara..., tenha ombridade, olhe para os seus filhos e seja homem pela primeira vez em sua vida... saia do anonimato e converse decentemente. Infelizmente tenho que lhe chamar de pulha, por tal atitude...

Ah!!! Só mais uma coisa, estou sendo bem sincero, não quero derrubar a sua mascara, quebra o seu rabo perante a blogosfera..., vai ficar feio para você, pode ter certeza, além de outras coisas...

...tenho alguns amigos na Delegacias Especializadas em Crimes Cibernéticos, ainda com a solicitação do meu amigo ao qual acebei de mencionar neste comentário, não seria nada difícil achar o seu endereço eletrônico e quebrar o seu rabo, ou você duvida disso?

Então Sr. Coragem, quando falar, fale com propriedade de causa.

Não, não, não queria fazer isso com você, corre...corre para o banheiro limpar a bundinha, é merda mesmo, sujou toda a sua zorbinha. Você cagou-se mesmo.

É difícil colocar estes corajosos no trilho, mais a gente tenta.

Oh!!! Povinho de pouca fé.

Amigos do Jekiti disse...

Concordo com quem disse que planos de desenvolvimento é para médio e longo prazo e que quem entra apaga incêndio do anterior.
Porém, este projeto de cidade que tanto falo não cabe apenas ao legislativo e executivo e sim à sociedade organizada e pessoas que tenham capacidade intelectual e queiram ajudar com suas experiências profissionais.
Há muitos filhos de Antonina que hoje podem ajudar para tornar esse projeto uma realidade.

Meu Contos Teus Poemas disse...

Pegando um gancho na fala do Luiz, quero aproveitar para convidar as pessoas que sonham com outra Antonina que venham desatar os sonhos com a gente, ajudando a construir um Programa de Governo com a nossa cara.Queremos ouvir a população. Todos estão convidados. Venha ajudar a estrela a brilhar, afinal, somos mesmo bons de governo.

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento