Os valores culturais são os verdadeiros formadores de uma
sociedade e indicam os caminhos pelos quais devemos seguir. Olhar o passado e
seu contexto é uma maneira eficaz para que entendamos nosso presente e assim resgatarmos
a nossa verdadeira identidade.
A idealização do Jekiti Cultural é um caminho de regaste, porque
nos obriga a uma confrontação com o passado e nos serve de referência para que
possamos projetar um futuro cheio de perspectivas, principalmente para a
população mais jovem.
Quem comparece ao evento pode enxergar o quanto Antonina se
destacava na área cultural. Lá os frequentadores podem se deparar com uma época
em que o futebol antoninense era pungente e saber da quantidade de craques que
foram forjados em seus torneios. No mesmo diapasão é possível entender que a
nossa sina musical é proveniente do fandango, dos festivais da canção, no
antigo Cine Ópera, da Filarmônica Antoninense e do carnaval, mesmo com seus valores
contraditórios, provocados pela importação de um modelo que nada tem a ver com a
nossa cultura.
Mas o que melhor traduz a perda da nossa identidade é o empobrecimento
da consciência cultural, provocada, em grande parte, pelas décadas de crise econômica
e, consequentemente, pela falta de um plano desenvolvimentista, não só na área
cultural e turística, mas, principalmente, na de trabalho e emprego.
O raciocínio que faço está na relação de que Antonina
continua com a mesma população de 40 anos atrás, enquanto muitas cidades do
mesmo porte praticamente dobraram em número de habitantes. Partindo dessa
máxima, concluo que por conta da decadência econômica de Antonina o número de
pessoas que saíram à busca de oportunidade tem praticamente o mesmo número dos
que nasceram durante esses anos de crise. Essa premissa leva-nos a uma
constatação importante e conclusiva: a população ficou um pouco mais jovem e,
por conta da crise, sem perspectivas.
No “milagre econômico antoninense”, como se pode provar no
Jekiti Cultural, o jovem tinha como se expressar, porque Antonina oferecia aos
seus pais uma garantia de trabalho e emprego e essa perspectiva era passada
para as próximas gerações.
Mas o grande dilema de hoje é o que fazer com esses jovens,
principalmente os que estão em fase de conclusão do fundamental? Os que
conseguirem partir atrás das suas oportunidades estarão garantidos e os que não
puderem fazê-lo, por conta da falta de condição financeira das suas famílias,
como ficarão?
Não é difícil de saber que as consequências são o aumento da
delinquência juvenil e a preocupante epidemia das drogas. Mas se tivermos o
devido senso crítico saberemos que as respostas estão no Jekiti Cultural, onde podemos enxergar as nossas potencialidades e perspectivas, bem como o ônus social aferido nas gerações perdidas.
3 comentários:
pois é ...sou de sp capital,qdo cheguei em ctba em 1984 ,ctba tbm tinha a mesma população de hj 1 milhão e 750 mil habitantes,o que cresceu foi a regiao metropolitana ...na rodoviaria de antonina em 84 tinha uma placa que informava o numero de habitantes...bons tempos..
Crítico blogueiro...estou num dilema!!!!
Quem...quem foi o antoninenses? Que no passado picou salsinha na tábua dos Dez Mandamentos.
EU QUERO O NOME??????????
Poderiam agregar também a gastronomia nativa caiçara: uma bagrada; um omelete de bacucu; risoto de carne de siri; bagre seco com banana verde - famoso bagre azul -; bolinho de camarão; pastel de camarão com palmito...
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