"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A PRAÇA DA DISCÓRDIA


Por Luiz Henrique Ribeiro da Fonseca

Nos últimos dias vimos e ouvimos muito sobre o corte das árvores da Feira-Mar. Essas opiniões dividiram-se entre os indignados pelo "crime ambiental" e os que justificaram a necessidade da revitalização da praça. O antoninense sempre foi um povo atento e interessado pelo que acontece em sua cidade e, dependendo dos resultados, ataca ou defende a administração pública de acordo com sua visão política e social.
Não sou ambientalista e nem tenho conhecimento se a prefeitura tem algum projeto de revitalização da Feira-Mar, mas pelo que li e pesquisei, as árvores cortadas são consideradas "exóticas", isto é, não pertecem ao seu ecosistema.
Nesses quarenta e um anos pude acompanhar a arborização da Feira-Mar e constatei que, em sua maioria, é formada por plantas não nativas, como no caso da frutapão e seringueira, portanto no meu ponto de vista não houve crime ambiental. O problema dessas espécies invasoras é que elas competem com as nativas por nutrientes e espaço físico, criando um desequilíbrio na região. Mas no caso da Feira-Mar esse desequílibrio ambiental é insigficante, pois as árvores estão lá há mais de quarenta anos sem que trouxesse aparente prejuízo ao lugar.
A solução para Feira-Mar é uma questão de visão ambiental e essa não passa pelo corte das árvores e sim pela substitução das mesmas por espécies nativas, conjugando com essas medidas outras ações que vão desde a incorporação de atividades esportivas e espaço de lazer, segurança humana ou monitorada para evitar que o lugar continue a ser frequentado por vândalos e usuários de droga e por fim, aproveitar o projeto paisagístico para que sirva de escola ao ar livre para que o jovem adquira consciência ecológica.
O projeto Biocidade, desenvolvido em Curitiba,  é um exemplo de como todos os projetos desenvolvidos pela prefeitura se interagem com a política ambiental. O objetivo desse projeto é resgatar e manter a flora nativa, bem como promover que alunos das escolas públicas pesquisem novas espécies de plantas da região com potencial ornamental. Esse projeto possibilita introduzir nas ruas, praças, jardins e quintais uma nova mentalidade de educação ambiental à populção com o intuito de formár cidadãos ecologicamente conscientes.
 No entanto, a meu ver, o grande erro da prefeitura não foi o corte das árvores e sim em não seguir uma regra  de suma importância para a boa convivência com a população, isto é, em não entender que seu jeito de pensar e agir na cidade passa pelo cidadão, pela importância de sua participação na política ambiental de Antonina, no caso a da Feira-Mar. O corte das árvores só trará grande prejuízos se administração não aproveitar a polêmica gerada para promover uma política participativa e ampla no sentido de transformar o espaço num celeiro de atividades voltadas ao cidadão, onde lhe permitirá cuidar de sua saúde, gerar momentos de lazer, bem como educá-lo para as questões ambientais. Acredito que se a administração municipal projetar à praça dentro desses ditames, daqui a algum tempo, seus críticos e defensores acharão que o acontecimento fez muito barulho por nada.

6 comentários:

Fortunato disse...

É tudo uma questão de "trolagem" do Troll.

Anônimo disse...

CANDUCA 100%:
eu conocrdo,e acredito que este pesadelo se transformará em um projeto bem executado,mas novamente a sua equipe,possa dizer isto,continuam cada um puxando para cada qual;infelizmente "o nosso prefeito" está enfeitiçado pelo poder,e o encanto só terminará depois do fracasso nas eleições em outubro.Enquanto isso até lá... seja o que Deus quiser.

Fortunato disse...

Luis...começou o anonimato?

Amigos do Jekiti disse...

Natinho,
Não entendo o motivo pelo qual as pessoas se escondem. Mas quem quiser que poste do jeito que melhor lhe convier.
Este blog não defende nem ataca pessoas, apenas, humildemente, tenta colaborar com Antonina, independente de quem esteja no comando.

Márcia disse...

Concordo. Bom para a Administração (que também é gente nossa)e para a população, o respeito mútuo! Por certo que, se a população tivesse sido preparada talvez, eu disse talvez, a Administração não tivesse se desgastado. Por outro lado, prefiro uma praça reestruturada, onde eu possa encontrar, além da brisa refrescante em tempos de verão, da comida deliciosa que se faz pelos restaurantes que a circundam, também a alegria de ver minha bela cidade, cada vez mais BELA!

Mauren Pinho disse...

Caro Luiz, registro aqui minha indignação;neste final de semana 25/12/2010,ao revisitar minha cidade Natal tão querida, senti uma parte de meu coração arrancada, ao ver lembranças e histórias decepadas no cenário estarrecedor da Feira-Mar, este fato para mim trata-se de desrespeito aos cidadãos antoninenses.
Pergunto: será que um projeto de revitalização é tão premente nesta cidade? Recuperar o calçamento em diversos pontos centrais, é prioridade neste âmbito, ao meu ver. Nem vou mencionar aqui, tantos outras prioridades deste município!
Mesmo não pertencendo ao nosso ecossistema, aquelas árvores ao longo de décadas assim como nós, fixaram suas raízes, e com elas estavam nossos risos das manhãs de pique-esconde, o frescor de um fim de tarde, o brilho de uma noite de luar, elas foram testemunhas de amores e disabores, da inocência e das inconsequências. Como se substituir tais lembranças e emoções?
Quando cita "...pela substitução das mesmas por espécies nativas..." como será isso possivel? visto que SUBSTITUIÇÃO,em uma de suas definições é: Troca de um corpo simples por outro corpo simples.
Onde estava a administração pública quando permitiu que o local fosse tomado então pelos vândalos e usuários de drogas, onde estão os programas ou políticas públicas de combate ao tráfico e ao uso de drogas? Isso sim é premente do que a dita revitalização da Feira-Mar.
Como queremos que nossos jovens adquiram consciência ecológica dando um grandessíssimo exemplo de estupidez?

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento