"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O DESENVOLVIMENTO POSSÍVEL


Por Luiz Henrique Ribeiro da Fonseca

É sabido que o Governo Lula desenvolveu uma política de criação de escolas profissionalizantes, voltados exclusivamente à produção industrial. Essa disseminação de cursos conseguiu colocar no mercado de trabalho milhares de jovens e, consequentemente, possibilitou que cidades de menor porte pudessem atrair indústrias através da lei de incentivo fiscal. A atração se dá pela isenção total ou parcial de imposto, como ISS e IPTU, bem como um espaço adequado para a insdustria. A vantagem desse incentivo não está na tributação, isto é, na arrecadação do município e sim na melhoria das questões sociais da cidade.
A forma pela qual a administração municipal atuou para atrair essas empresas, em primeiro lugar, foi a criação de uma estrutura que possibilitou formar mão-de-obra qualificada, através de falculdades e escolas técnicas da cidade ou da região, para depois criar as condições fiscais para atrair as indústrias. Essa política de desenvolvimento de trabalho e emprego possibilitou uma melhor distribuição de renda no município, movimentação no comércio e socialmente impediu que o jovem caísse na delinquencia.
Agora, se enxergarmos pelo imediatismo político e tributário, essas medidas não trazem, a curto prazo, vantagens significativas, pois o tempo que se leva para o executivo e legislativo negociarem a viabilidade desse projeto, votarem, montarem o conselho,  conceituarem as formas, implantarem as escolas e depois atrairem as indústrias, podem levar a administração municipal desistir do projeto. Outro fator relevante é a forma pela qual viabilizarão essas ações para não esbarrarem em burocracismo desnecessário, em interesses pessoais e políticos e em critérios para a preservação do meio ambiente. Outro aspecto é de que forma o município terá garantias sobre a mão-de-obra local, isto é, sem que haja, a posteriori, a substituição pela mão-de-obra de outras unidades, bem como de forma os lucros deverão ser investidos no município, para evitar que estes sejam iempregados na expansão de outras unidades.
No caso de Antonina a situação é bem grave, pois as várias administrações não pensaram em desenvolver uma política de trabalho e emprego, principalmente para o jovem, fato este que dificulta atrair empresas para o município, pela falta de mão-de-obra qualificada. A solução para Antonina nesse ramo é em longo prazo, pois as condições para se formar essa mão-de-obra qualificada passa pela condições descritas acimas e pessoal técnico e administrativo com condições para fazer toda a conceituação do projeto. Outro fator é a criação de um canal político que atue nas instâncias superiores para conseguir a dotação que viabilizará o projeto. Mas essas condicionantes não impedem que a administração descarte tais medidas, pois é preciso começar a idealizar essa possibiliade, uma vez que os recursos não saem do município e sim do Governo Federal, desde que a administração pública local dê as garantias necessárias para viabilizar o projeto.
No decorrer das administrações, alguns cursos foram implementados, como no caso do técnico em turismo e técnico portuário, porém, não houve o devido cuidado para a utilização dessa mão-de-obra, pois em Antonina não existe um projeto turístico e o porto enfrenta sérias dificuldades de movimentação de navios.
Mas o desenvolvimento do trabalho e emprego em Antonina não passa apenas em atrair indústrias e sim pela visão que o administrador deve ter para o potencial de sua cidade. Esse potencial, como é notório, está no turismo e para isso as condições são mais favoráveis, porque há mão-de-obra já treinada e os investimentos são bem menores, embora reconheça que, inicialmente, apenas hotéis e restaurante sejam os maiores benefíciados. O planejamento pode ser feito por etapas e subdivididas em curta, média e longo prazo. Em curto e médio prazo pode ser idealizado novas formas de atrair o turista em datas vagas, isto é, entre períodos das festas tradicionais, como Carnaval, Festival de Inverno e da Padroeira. Nessas novas datas algumas manifestações culturais do município podem ser inseridas e a partir de seu crescimento outras manifestações devem ser criadas, como festivais literários, cinematográfico, musicais, etc., desde que haja uma estruturação mais adequada. Para as festividades tradicionais, como o Carnaval, a criação de um espaço estruturado onde os protagonistas possam se expressar adequadamente e o turista assistir às festividades com conforto e segurança, também seria uma boa medida.
Como vimos há possibilidades viáveis para desenvolver o trabalho e o emprego em Antonina e essas dependem mais de vontade política que financeira, pois as diversas leis de incentivo permitem que a dotação orçamentária chegue para objetivar esses projetos, porém, desde que a equipe seja capacitada técnica e intelectualmente para desenvolvê-lo.

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O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento