"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



domingo, 31 de outubro de 2010

PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO

Quando um candidato representa um partido em uma eleição, obrigatoriamente precisa fazer coligações, mesmo que estas apontem alguns antagonismos. A democracia nos ensina que as convergências servem como chave da aliança e que as divergências devem ser negociadas dentro de certos princípios que regem um governo republicano, como o nosso. PT e PMDB são aliados políticos desde 2002 e essa aliança permitiu alguma sustentabilidade para que o governo Lula pudesse governar e, consequentemente, resgatasse, em boa parte, a divida social brasileira. Claro que há muitos desafios pela frente, principalmente na área de segurança, saúde e educação, mas é inegável que houve grandes avanços nessas e em outras áreas, sobrepujando praticamente todos os governos anteriores.
Muitos hão de dizer que PT e PSDB têm muitas coisas em comum e que, na essência, suas políticas seguem a propositura neoliberal. A meu ver isso é uma falácia, pois se analisarmos esses últimos 20 anos de governo desses dois partidos, encontraremos profundas divergências ideológicas, as quais se configuram em suas políticas sociais, econômicas e internacionais.
Quanto ao PSDB vejo-o como um partido, em sua essência, neoliberal, principalmente pelo seu perfil privatista, fundamentado numa propositura de dar ao Estado uma melhor mobilidade para cuidar das necessidades básicas do cidadão e que os ajustes da economia ficariam nas mãos do mercado financeiro. Mas, devido às sucessivas crises mundiais e com o Estado mais fraco, a renda concentrada e, consequentemente, com o aumento do desemprego e da fome, o modelo neoliberal foi posto em xeque.
Aqui no Brasil, Collor pegou o governo com uma inflação galopante, confiscou a poupança, abriu as importações e fez sucessivos planos econômicos. Em seguida veio FHC com o Plano Real, alinhavado pelo governo Itamar Franco, e seu modelo privatista. O Brasil controlou a inflação, privatizou a rodo empresas públicas, mas, como todos sabem, o crédito dessas privatizações não resultou em investimentos em políticas públicas. Essa falta de investimento aumentou a inflação, o desemprego, a pobreza, sucateou os serviços à população em todos os seus níveis e a divida atingiu seu recorde histórico em 500 anos, por conta da subserviência com Washington e o FMI.
O Brasil, endividado e sem capacidade de investimento, praticamente paralisou e FHC saiu do governo com sua popularidade muito baixa, tanto que nas eleições de 2002 foi impedido de aparecer para não atrapalhar a candidatura Serra.
Lula assumiu em janeiro de 2003 e no decorrer desse ano teve que enfrentar uma grande crise, mas conseguiu vencê-la dando ao Banco Central maior autonomia e desonerando as exportações para aumentar o superávit da balança comercial. A partir de 2004, com o Brasil mais equilibrado, Lula pode, enfim, aplicar sua política, conjugando crescimento econômico com justiça social. Os fatores dessas operações estão no crescimento histórico da economia, na redução significativa da pobreza, na ascensão social, na perspectiva de futuro para milhares e milhares de jovens de famílias pobres, através do Prouni e no menor índice de desemprego da história. Para concluir com chave de ouro o governo Lula, sua política de investimento possibilitou que a Petrobrás descobrisse, em águas profundas, o cartão premiado, chamado Pré-Sal. Essa descoberta possibilitará ao Brasil ser um dos maiores exportadores de petróleo do mundo e, consequentemente, investir ainda mais em políticas públicas, com o intuito de erradicar a pobreza do nosso país e investir em novas tecnologias.
Como tenho certeza que essa eleição tem como objetivo principal o interesse pelo Pré-Sal, ponho como ponto chave a grande diferença entre o que seria o governo do PT e do PSDB. Para este, como já foi dito por dois tucanos ligados a Serra, Veloso e Zylberstajn, o Pré-Sal deveria seguir o mesmo modelo de FHC, ou seja, partilhar os blocos exploradores da riqueza, através da concessão dada às empresas estrangeiras, com o intuito de antecipar receita. Logicamente por trás dessa proposta está o encolhimento da Petrobrás, cuja idéia foi quase viabilizada no governo FHC com a mudança do nome para Petrobrax, com o intuito de atrair o capital estrangeiro para facilitar sua venda. A lógica tucana para viabilizar a privatização do Pré-Sal está na afirmação de FHC de que estatal não serve para comprar e vender petróleo, afirmação esta que deixa bem claro que toda essa sórdida campanha tucana e de seus aliados midiáticos têm um único propósito: entregar a riqueza de nosso país para o capital estrangeiro.
Para sentirem a diferença entre os governo do PT e do PSDB, informo que o governo Lula quer um modelo para o Pré-Sal através de "contratos de partilha", isto é, a União contrata empresas para explorar o petróleo e as remunera com parte da produção, o que faz com que o governo tenha um controle estrito das reservas. Com o modelo do governo Lula para o Pré-Sal o Brasil terá maiores condições de investir cada vez mais em políticas sociais e em novas tecnologias, e foi pensando dessa forma que o governo ampliou sua participação na Petrobrás para 48%, através do processo de capitalização.
Como vimos as diferenças entre PT e PSDB, entre Lula e FHC, entre Dilma e Serra, são estratosféricas e, para facilitar a decisão, deixo minha certeza de que este país só seguirá mudando, para melhor, se Dilma estiver na Presidência da República.

PENSEM NISSO E BOM VOTO A TODOS!

Nenhum comentário:

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento