"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



domingo, 5 de dezembro de 2010

A CAÓTICA SITUAÇÃO DO NOSSO PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Num desses finais de semana, andando pelas ruaa da nossa cidade, pude enxergar melhor a arquitetura das casas e constatar que o antoninense não tem consciência da importância de preservar seu patrimônio histórico. Muitas casas perderam suas características originais, talvez por conta de um contexto de época, cujos conceitos de modernidade exigiam um olhar para o futuro, esquecendo o passado.
Não tenho certeza, mas me parece que em Antonina havia uma Lei Municipal que determinava ao proprietário – desde que a casa passasse por uma reforma – a troca dos beirais por platibandas para impedir que a água da chuva molhasse os transeuntes. Claro que este conceito não passava de uma visão, muito em voga na época, de esquecer o velho e criar o novo. Só que essa mentalidade desencadeou uma ideologia contra as tradições e a identidade de um povo - prova disso é o carnaval de Antonina que se tornou há anos num genérico dos carnavais do Rio e Salvador - sem levar em conta o nosso fandango, que agoniza em todo litoral.
Essa equivocada maneira de pensar a modernidade, além da perda da identidade, nos tirou a memória e nos condenou a ser um povo sem referência – não é á toa que a maioria dos jovens antoninenses não conhece a história da cidade- e, por não tê-la, não sabe como encontrar suas perspectivas de futuro.
Antonina, como sabemos, perdeu esse rumo, embora seja considerada uma cidade histórica. Mas se a compararmos com cidades como Paraty, Olinda e Tiradentes, onde o turismo é intenso, podemos considerar que aquela visão modernista de outrora só trouxe prejuízos não só à nossa identidade cultural, mas à nossa arrecadação pelo turismo.
Embora o cenário não seja favorável, nada está perdido, pois há meios de reverter esse quadro caótico que se encontra o urbanismo de Antonina. A revitalização é uma maneira de se resgatar toda essa memória, desde que o espaço sirva à comunidade e aos visitantes como meio de interação social, prestação de serviço e divisa para o município. Com isso não quero negar o presente e muito menos a modernidade, quero sim, que passado e presente convivam de maneira harmoniosa; que o passado seja o entendimento do presente através do resgate da cultura de um povo e que esta redenção seja a boa herança do futuro.

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O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento