"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

BASTA TIRÁ-LOS DALI

Vocês devem estar pensando: "Lá vem o Luiz de novo com aquela história da Turma do Litro"! Digo, repito e insisto: "Vou, sim, porque tem mais gente que se importa".
O fato não se resume à Turma do Litro, expande-se para além da praça e chega aos guetos de nossa cidade, onde jovens são reféns do crack, onde meninas-crianças vendem o corpo em troca de algum dinheiro para ajudar no orçamento doméstico, onde adultos mendigam à margem da sociedade por falta de perspectiva de vida, enquanto nós, "pessoas de bem", nos preocupamos em tirar o lixo das ruas e da praça.
Abaixo reproduzo postagem do Blog do Mello sobre o pensamento de uma classe que não quer ser incomodada por mendigos, prostitutas, usuários de crack e outras coisas do gênero, mas que não sabem ou não se interessam onde colocá-los.

Classe mérdia tem uma solução para tudo: 'Basta tirá-los dali'

Mendigos nas ruas? - Basta tirá-los dali. Menores consumindo crack? - Basta tirá-los dali. Prostitutas na calçada? - Basta tirá-las dali. Excesso de carros nas ruas? - Basta tirá-los dali. Sem terra invadindo terras improdutivas? - Basta tirá-los dali. Sem teto invadindo prédios desocupados? - Basta tirá-los dali. Moradores em áreas de risco? - Basta tirá-los dali. Favelas? - Basta tirá-los dali.
E colocar onde?
Isso não querem saber: acham que políticos foram eleitos para isso. Querem que eles façam o serviço sujo.
Os últimos acontecimentos no Rio e em SP mostram que à direita e à esquerda muitos querem a solução simplista da classe mérdia: - Basta tirá-los dali. Mesmo que para isso seja necessário chamar a polícia.
Ou seja: mendigos, sem-teto, sem terra, prostitutas, drogados, todos são caso de polícia.
Não são não. Polícia é para quem precisa de polícia. Eles precisam é de política com P maiúsculo: política social, inclusão. Cidadania. Não temos que tirá-los dali. Temos que incluí-los aqui.
Somos humanos; isso, em suma, é o que somos.

5 comentários:

Anônimo disse...

M.E.R.D.A, T.U.B.E, C.I.R.R.O.S.E ... siglas!
Quero sugerir mais uma a V.T.C.C.F - VAI TOMÁ NO CÚ CEQUINEL E FORTUNATO.

T.Litro

Anônimo disse...

Violento o moço aí de cima hummmm
Isso só tem um nome: INVEJA

Você e o Cequinel estão abalando estruturas antigas e a "elite" está em pânico, sem saber o que falar, então partem para a agressividade e falta de educação.

Siga em frente Cequinel
Siga em frente Luis

Fortunato disse...

Obrigado, anônimo.

Por: Fortunato Machado Filho

Passa o tempo, algumas bizarrices se vão, mas outras logo assumem o posto. Como disse: se cada época caracteriza-se por certos critérios de excentricidade, por que haveríamos de fazer diferente com a nossa?

Um articulista não nasce ao acaso. Ele é fruto de todo um sistema e moldado com as conversas do cotidiano... do catador de lixo ao político. É o que se chama de formador de opinião; apesar de considerar-me um fomentador de opiniões, porque depois de lido provoco a discussão das famílias para provarem que eu estou errado; ou certo.

Minha infância passou num tempo de ditadura militar, e me imaginava estar deitado eternamente em berço esplêndido. Lembro que na década de 60 e para justificar o golpe de 1964 diziam que o país estava a beira do abismo. Só não entendi que os lemas logo após foram: “Pra frente Brasil”, e depois; “Ninguém segura este país”, e por fim “Ame-o ou deixe-o”. Depois de anos de estudo de geopolítica ainda não entendo o que aconteceu pois se o país estava na beira do precipício e forçaram ele ir pra frente...

Mas, sobrevivemos, e com a propalada redemocratização, penso sim que o país mudou e espero ter ofertado a minha contribuição nesse período. Pelo menos idéias eu tive, mormente o que me sensibiliza mesmo é ver justamente pessoas a quem a pátria sonega os mais básicos direitos, como por exemplo a saúde e educação, ainda alimentarem um sentimento sincero de orgulho do país. Mesmo assim muito me alegro, posto que é esse sentimento que nos diferencia de outros países. Mas tenho certeza que todos nós queremos um país ainda melhor para se viver e não posso deixar de acreditar na educação como mola propulsora dessa reviravolta


Que espécie de civismo pode vicejar assim? Patriotismo hoje, tanto quanto era no meu tempo, é um sentimento que não nasce de graça. Não basta uma sessão semanal do Hino Nacional para sensibilizar filhos de pais separados e muitas vezes atormentados pelo desemprego e ainda pior, netos de avós merecedores de aposentadorias que não condizem com as necessidades básicas do ser humano. É difícil para quem mora onde o esgoto corre a céu aberto onde não há iluminação pública, onde não podemos ter um acesso básico ao sistema de saúde ou quando somos atendidos ficamos horas no corredor a espera de um exame; onde a polícia comunitária é inexistente e principalmente aonde não temos mais Garrinchas jogando, e nem o Senna aos domingos. Faltam exemplos, de vida, de conquista de sabedoria, de serenidade e de educação. Só por Deus!

Edson de Araújo disse...

Se eu fosse pedir a segregação de todos que me incomodam, teria que mandar meu espelho prá Sibéria!
Sou ateu praticante.
Mas, concordo com Antonio das Mortes, personagem de Glauber Rocha:
"Deus fez o mundo, e o diabo o arame farpado!"
Poisintão, Militão!
Eparrê Iansã!

Anônimo disse...

Ateu praticante? Será o mesmo que progressista de direita? Assim como; Cony, Ziraldo, Jaguar...

Ass: "Vá de catar"

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento