Saiu na Folha uma reportagem mostrando algumas dezenas de manifestantes apoiando as posições racistas e homofóbicas do Deputado Federal Jair Bolsonaro. O referido fascista é conhecido por suas declarações a favor do golpe de 64, da tortura, da pena de morte e agora se intitulou o arauto dos verdadeiros valores da família brasileira. Sua participação no quadro, “O Povo Quer Saber”, do programa CQC, na Rede Bandeirantes, Bolsonaro respondeu várias perguntas, sendo que em duas o deputado se posicionou como um reacionário fascista disparando contra os gays e negros. A repercussão da sua participação no programa foi grande. Entidades ligadas aos movimentos dos homossexuais logo reagiram com o intuito de processar o deputado por suas posições homofóbicas e racistas. Preta Gil, filha de Gilberto Gil, também se posicionou e deve entrar na justiça pelo que ouvira de Bolsonaro no programa de TV. Ela foi diretamente atingida pelo deputado quando este respondeu uma pergunta de Preta Gil sobre a reação que Bolsonaro teria se descobrisse se seu filho namorasse uma negra. Sem pestanejar, Bolsonaro respondeu que não falaria em promiscuidade e concluiu que não compactuava com o modo de vida da artista.
Como a repercussão foi enorme, um bando de ultradireita resolveu apoiar Bolsonaro em seus delírios fascistas, realizando uma manifestação em frente ao MASP, em São Paulo. Com faixas e palavras de ordem, os manifestantes paulistas bradaram palavras de ordem contra gays e negros, mas foram vaiados por outras pessoas ligadas aos movimentos sociais. No decorrer da manifestação seis manifestantes a favor de Bolsonaro foram presos, por terem ficha policial por crime de agressão a homossexuais.
Toda essa manifestação pró Bolsonaro prova que o Brasil ainda esconde em suas entranhas um desejo segregador, separatista, intolerante aos movimentos das minorias. E o mais interessante é que o movimento pró Bolsonaro só foi realizado em São Paulo, estado e cidade governada pelos neoliberais tucanos. Não há coincidência no fato e para provar minha tese digo que a campanha de 2010 para a presidência da república foi a mais suja da historia, provocada pelo grupo de José Serra. Nunca é demais lembrar que Serra se utilizou de um discurso cheio de ódio e intolerância com o intuito de angariar apoio daqueles que comungam das mesmas idéias de Bolsonaro. Felizmente perdeu, mas sua semente foi lançada e a prova maior do fruto foi a manifestação no MASP a favor de Jair Bolsonaro.
São Paulo, há décadas está nas mãos do PSDB de FHC, Serra e Alkimin, é a mais alta expressão do liberalismo canibal. Tornou-se um Estado privatista e tem uma dos piores índices de educação pública do Brasil e agora pode ser lembrada como o Estado da intolerância. Logicamente não estou generalizando os paulistas e sim pontuando os fatos de que o governo da direita Psdebista faz mal para os paulistas.
Infelizmente a política de direita do PSDB ramificou-se e hoje se estende pelo sul do Brasil e Minas Gerais, com a liderança de Aécio Neves. Quem leu o discurso do senador mineiro, pode compreender as grandes diferenças entre o governo do PT e do PSDB. Aécio, numa nítida pretensão em querer ser o candidato do PSDB para as próximas eleições presidenciais, discursou no senado defendendo as privatizações feitas por FHC e Serra - inclusive a Vale – e disse que tudo que tem de bom no país foi graças ao governo do PSDB... e mais, que Lula só deu continuidade.
Não vou aqui detalhar as diferenças fundamentais entre os governos do Lula e de FHC, pois as diferenças são estratosféricas. Apenas deixo aqui meu receio que se o PSDB voltar ao poder, o Brasil perderá seu avanço social, por conta de uma política privatista e subserviente aos Estados Unidos.
Para não ser vago, dou como exemplo a mineradora Vale do Rio Doce, privatizada por FHC. A Vale, depois da privatização, tornou-se uma grande empresa, não nego, mas sem nenhuma identidade com o Brasil. Para se tornar a segunda maior mineradora do mundo, a Vale exportou minério de ferro, fez de seu presidente um homem rico, encheu os bolsos dos acionistas e quando pode investir na indústria naval brasileira, comprou navios da China.
Não foi a toa que Dilma mexeu os pauzinhos para tirar Agnelli do poder, com o intuito de fazer da Vale uma empresa a serviço do Brasil, diversificando sua produção, isto é, deixar de produzir apenas minério de ferro para vender aos chineses. A pretensão de Dilma nada mais é que fazer da Vale uma empresa fornecedora de matéria-prima para atender, inclusive, a indústria naval brasileira, visando à exploração do Pré Sal.
Como vimos é notório os avanços econômicos e sociais do governo Lula e o quanto foi e é indispensável ter um estado forte. Enquanto o Brasil de hoje defende os interesses do povo brasileiro, os líderes paulistas do PSDB e seus aliados nos matam de vergonha com seus discursos intolerantes e políticas privatistas.
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