"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



domingo, 6 de novembro de 2011

CABEÇAS ENCARACOLADAS

Nos meus tempos de universitário – nos anos 70 – participei (timidamente) de alguns movimentos estudantis, época em que a ditadura estava mais branda, embora ainda houvesse um caso ou outro de desaparecidos políticos e tortura. Já contei aqui sobre o que ocorrera numa dessas manifestações e quem quiser saber é só acessar a postagem EU e o GOLPE DE 64.
Faço esse preâmbulo para fazer algumas considerações sobre a ocupação da USP pelos estudantes. Antes é preciso considerar que aqueles estudantes fazem parte de uma casta privilegiada devido ao acesso que têm às várias correntes filosóficas que formaram o pensamento moderno. Esses jovens são politizados e na certa desembestaram precocemente, haja vista a comunhão que tiveram quando policiais prenderam três estudantes por uso de maconha. A reação foi imediata e aqueles jovens de cabeças encaracoladas reagiram com o intuito de participarem das decisões para um modelo que, segundo eles, está falido.
Não pensem que a atitude daqueles jovens resume-se a reles pretensão de não quererem a PM no campus para que livremente possam fumar seus “bauretes” ou que estão apenas a fim de praticar a desobediência civil – que a meu ver é perfeitamente compreensível.
A rebeldia desses jovens é sadia e vem da indignação, uma contraposição a tudo que foi estabelecido pelo atual status quo, representado pela figura do reitor da USP e o Governo Estado de São Paulo. O buraco é mais embaixo e a discussão vai além do que a mídia passa em seus telejornais e tablóides diários. A manipulação da notícia e a desinformação da grande mídia impedem que se forme um senso crítico sobre o que está nas mentes daqueles jovens ousados, preocupados em dar um sentido às coisas que tanto os incomodam.
Pelo que pude sentir que há uma forte necessidade de desconstruir o que aí está e aprofundar as discussões sobre segurança pública, liberação da maconha, políticas educacionais e até a mesmo o modelo econômico neoliberal que a cada dia dá provas de que está, no mínimo, em profunda crise. O que está evidente é que o atual modelo de gestão na USP e nas demais universidades está ultrapassado e o que esses jovens querem é participar dessa discussão. Nada mais justo e democrático, pois todas as decisões da reitoria acabam de uma maneira ou de outra afetando todos aqueles jovens, como no caso a presença da PM no campus e a gestão dos que dirigem a universidade. Embora não concorde com os métodos empregados pelos estudantes, não posso deixar de entender que toda aquela inconsequencia tinha muito de indignação, revolta, desapreço pela administração vertical da USP. 
Não muito longe dos olhos daqueles que têm filhos nas escolas de Antonina sentem que o modelo educacional e de gestão precisam ser discutidos. Nada mais propício agora que os candidatos a diretores das escolas de Antonina estão em plena campanha.

2 comentários:

JUBA disse...

Concordo!
Vejam o que faFHC, os tucanos e sua tradição “republicana”


A Folha de 7 de abril de 1992 e os pés do pavão Fernando Henrique

Desculpem voltar ao tema do post anterior, mas não posso deixar de ajudar os leitores com o exemplo de prática republicana e moral que prega o senhor Fernando Henrique Cardoso.

Já nem vou falar na entrega criminosa que fez do patrimônio e das riquezas naturais deste país, porque não há mais nada a dizer sobre isso que agrave a sua condição de vendilhão da pátria.

Quero apenas mostrar o cinismo com que apregoa sua própria honradez e aponta nos outros o fisiologismo.

Era abril de 1992. Os escândalos de corrupção já pipocavam no Governo Collor. Alguns falsos, como o que, meses antes, derrubara o então Ministro da Saúde Alceni Guerra, pelos “crimes” de dialogar com Leonel brizola, governador do Rio de Janeiro, e comprar bicicletas da marca Caloi e não as Monark, onde a Globo tinha interesses. Outros, não, como as denúncias envolvendo Paulo Cesar Farias, que vinham desde outubro do ano anterior.

Naqueles dias, a cúpula do PSDB negociava com o governo Collor sua entrada no Governo, que estava enfraquecido. As condições não eram políticas públicas ou decisões programáticas, mas entregar o Itamaraty, uma ocupação ao gosto do senhor Fernando Henrique Cardoso e a Secretaria de Desenvolvimento Regional, uma “secretaria que fura poço” à ala menos cult do partido, comandada por Tasso Jereissati.

Dois tucanos, para a sorte de FHC, se opuseram ao plano: Mario Covas e Ciro Gomes, que não queria ver o partido acusado de fisiológico.

Sorte porque, um mês depois, começava o movimento pelo impeachment do presidente ao qual a emplumada tucanada estava louca por aderir.

Claro, cheia de razões republicanas, não é?la o neto do Brizola:

Anônimo disse...

Recomendo aos amigos de Antonina, ver no You Tube, o documentário de José Padilha, chamado de GARAPA. Nâo se refere apenas a situação brasileira, mas a um problema mundial, chamado fome. No mundo hoje existem 10 milhões de pessoas que passam fome. Este estado caótico está se agravando, com a crise mundial.Só nos Estados Unidos, hoje são 50 milhões na linha de pobreza. Torna-se urgente que se faça alguma coisa para parar este caótico problema.

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento