"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



sábado, 3 de dezembro de 2011

REALIDADE OU UTOPIA?

Li no Bacucu com Farinha, do Neutinho, os indicadores sociais dos municípios do litoral do Paraná. Antonina só está na frente de Guaraqueçaba nos índices de analfabetismo e renda per capita, e o motivo está diretamente relacionado à decadência econômica da nossa cidade. É óbvio que não falei nenhuma novidade, pois todos sabem que o fechamento do Matarazzo e a estagnação do Porto, bem como a crise do petróleo e a hiperinflação ajudaram a promover nossa desigualdade econômica e social.
Se olharmos para o nosso passado recente veremos a enorme quantidade de desempregados na Estiva, a crise no comércio e a falência das empresas de importação e exportação. Mais amiúde, a reflexão que faço sobre nossos baixos rendimentos sociais está na falta de percepção dos nossos administradores em não promoverem novas fórmulas para a velha e combalida economia capelista.
Antonina regrediu no tempo, mas tenho que admitir que os vários governos estaduais e a crise brasileira gerada pelas perdas internacionais contribuíram, e muito, para o declínio econômico da cidade. Não obstante, a classe política, que nos áureos tempos tinha fortes interesses locais, alijou-a de todo o processo político e econômico, e o orçamento, que tanto colaborava com a economia local, praticamente desapareceu.
O empobrecimento da cidade oportunizou a aparição de novas lideranças e estas, utilizando-se de meios fisiológicos, deu ao povo uma perspectiva de sobrevivência, através de um assistencialismo barato, sem nenhuma visão de futuro. Com o fortalecimento dessas lideranças, a cidade se tornou um lugar de disputas entre grupos heterogêneos, geralmente pelas vias mais truculentas e o povo, dividido entre uma linhagem e outra, tornou-se refém dos interesses dessas facções. É evidente que essa prática degenera os valores sociais e políticos e torna-se um instrumento de sujeição do povo à “autoridade moral” constituída nas urnas. Não obstante, a coerção física e mental, além de escravizar, afasta o povo dos seus verdadeiros valores e transforma a autoridade constituída numa espécie de dono do seu destino.
Essa sujeição voluntária legitima a autoridade a agir de acordo com as necessidades dos seus seguidores e estes determinam, indiretamente, como a autoridade deve agir. Em suma: a autoridade nada mais é que o espelho do seu povo, porque este não tem um ideário maior. Com essa relação cria-se um vínculo e ambos acabam sendo comodatários de uma prática muito conhecida na política nacional e local, cuja aliança determina a regra do dar e receber de acordo com a necessidade de cada um.
Em regra geral tanto a autoridade, como os seus seguidores, justificam essa relação no protecionismo, isto é, na garantia das suas posições sociais, e quando se sentem ameaçados reagem de maneira truculenta contra aqueles que também buscam sua ascensão através das mesmas regras. O laço que os liga é forte até o momento em que um não interessa mais ao outro.
Logicamente há meios de melhorar esse quadro e uma delas – a meu ver, a mais importante – é uma política econômica que desenvolva trabalho e emprego, através da captação de recursos federais, objetivando atrair indústrias para o município, como ponto de partida.
A oportunidade que eu vislumbro está diretamente ligada ao Pré-Sal e as excelentes perspectivas que trará ao povo de Antonina, principalmente pela capacitação de mão-de-obra especializada e esta alavancar a economia local, considerando também a perspectiva de futuro ao jovem antoninense.
Mas antes de qualquer medida é preciso verificar as necessidades de infra-estrutura da cidade, considerando que tal política só poderá ser alavancada se o município oferecer, por exemplo, um excelente sistema viário, boas escolas e um bom sistema de saúde.
No meu ponto de vista essa visão, por parte do executivo, é de fundamental importância e para isso é preciso que se invista em um novo modelo de gestão, visando, paralelamente, um planejamento prévio que garanta a perenidade dessas ações desenvolvimentistas.
O grande problema que vejo, para viabilizar essas ações, é a falta de uma compreensão maior da classe política antoninense, por conta do seu fisiologismo, agregada a falta de uma visão estratégica do executivo e da desmobilização da sociedade e das entidades representativa.
Coloco essa questão pelo simples fato que muitas cidades abrigaram empresas, criaram empregos e se desenvolveram economicamente, sem se preocuparem com a infra-estrutura dos serviços públicos prestados. Essas cidades, por pura falta de visão estratégica ou imediatismo político das suas lideranças, não desenvolveram adequadamente políticas educacionais, habitacionais, sanitárias, trabalhistas e de saúde pública, acarretando não só o estragulamento do sistema, como também o aumento considerável nos indíces de criminalidade.
Não quero dizer com isso que em volta de Antonina se formará bolsões de miséria e que as instituições não atenderão as necessidades da sua clientela, como acontece em muitas cidades que não se preocuparam com políticas públicas mais abrangentes. O que quero colocar é a necessidade de uma mudança de postura, que dê as lideranças locais uma visão mais estratégica, delineada num Plano Diretor contextualizado, que vislumbre não só o econômico, como o social e o humano.
Por fim, que a visão das lideranças impleque em exigências sobre a boa utilização desses recursos provinientes da política econômica do Pré-Sal, que sua distribuição garanta ações contínuas voltadas para o atendimento e desenvolvimento do seu povo, principalmente ao jovem, dando a ele perspectivas de futuro, através da plenitude de sua cidadania.

6 comentários:

Anônimo disse...

pois é ...foram 8 anos de gov requião,ele não fez nada por Antonina,deixou uma divida imensa ao deixar o gov. prometeu acabar e ou baixar o preço do pedagio p o litoral do pr,só o porto deve mais de 700 milhoes de reais,e vem ai mais chuvas segundo a previsão p 2012,ouvi na radio banda b,e seram chuvas mais fortes que este ano infelizmente,e nem começaram a construçoes das casas dos desabrigados de 11 de março 2011... horácio

Amigos do Jekiti disse...

Horácio, não ponho apenas na conta do Requião. A chuvarada de 03/2011 deu provas que o governador Beto Richa fez jogo de cena para a população antoninense, adotando meias medidas de puro marketing. Apesar de Antonina ter uma atitude direitista, foi o governo do PT que enviou recursos e agora pode nos dar o Pré-sal.

JUBA disse...

O problema do povo de Antonina é ser autofágico. Não conseguem se unir e lutar por uma causa que seja comum. Isto acontece a muitos e muitos anos. Não vem deste ou daquele governo. A causa é cultural.

O BARÃO DO MORRO DA CRUZ disse...

Governo sério, aje assim apara salvar os seus descamisados da miséria absoluta. Esse é o verdadeiro "choque de gestão" que precisamos para por o Brazil nos eixos.

Administração italiana coloca em prática pacote draconiano


Segundo plano apresentado nesta segunda-feira (5) pelo premiê italiano Mario Monti, os aumentos de impostos e a reforma da aposentadoria estão entre as medidas mais graves tomadas pela administração instalada na Itália após a queda de Silvio Berlusconi, há menos de um mês.

Segundo o plano, cada membro de família irá perder mil euros em relação ao poder de compra. As centrais sindicais italianas alertam, mais uma vez, que a atual administração está na direção errada.

O primeiro-ministro italiano anunciou, este domingo, o tão esperado pacote de maldades contra os trabalhadores do país, para tentar pagar mais de 20 bilhões de euros de uma dívida criada pelos capital. O pacote inclui cortes em investimentos sociais, aumentos de impostos generalizado e uma reforma do sistema de aposentadorias.

"Ponderamos muito as questões de justiça, tivemos de distribuir alguns dos sacrifícios, mas tivemos muito trabalho para os distribuir de forma equitativa", disse o atual premiê a respeito das medidas.

A principal central sindical do país, a CGIL - Confederazione Generale Italiana del Lavoro, já fez um alerta, afirmando que o Governo vai direção errada.

As principais medidas de aumento da receita em 2012 derivam de impostos e vão representar dois terços do plano: o regresso do imposto sobre as primeiras habitações (que Berlusconi tinha suprimido) na ordem dos 0,4% do valor do imóvel (poderá render 10 mil milhões de euros, ou seja, o equivalente a todo o programa de "ajuda ao crescimento"), um imposto de 1,5% sobre o repatriamento de capitais em offshores ao abrigo do "escudo fiscal"; o aumento dos impostos sobre os bens de luxo; e o eventual aumento do IVA em 2% na taxa máxima, a partir de setembro de 2012; e o IRS deverá passar de 43% para 46% para rendimentos anuais acima de 70 mil euros.

Para aposentar-se a partir de agora serão necessários três anos a mais de contribuição, passando de 40 para 43 anos de trabalho. Além disso, o valor da aposentadoria foi congelado, exceto os mais baixos. Pensões acima de 936 euros foram congeladas; aquelas abaixo desse valor serão corrigidas mas apenas parcialmente.

A antecipação de pedidos de aposentadoria exigirá um mínimo de 41 anos de contribuição para mulheres; 42, no caso dos homens. A idade mínima de aposentadoria foi elevada para 62 anos no caso das mulheres e 66 anos para os homens. Em 2018, a idade única será de 66 anos.

O BARÃO DO MORRO DA CRUZ disse...

QUE!!!!!!!!!!


A B S U R D O?????????

Com o salário mínimo de R$ 545,00 já passam o dia caçando siri no trapiche Municipal, com esse salário mínimo vão passar o dia no Forte da Ilha do Mel praticando pesca submarina, exterminando o nossa fauna marinha.

O salário mínimo necessário para o trabalhador suprir despesas básicas como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, como determina a Constituição Federal, deveria ser de R$ 2.349,26. O cálculo foi feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base no preço mais alto da cesta básica alimentar, verificado em Porto Alegre, no mês de novembro, de R$ 279,64.

Saiba mais
Cesta básica fica mais cara em 15 de 17 capitais brasileirasO valor do salário calculado pelo Dieese corresponde a 4,31 vezes o mínimo em vigor, de R$ 545,00, montante superior ao de outubro, quando o calculado pelo Dieese fora de R$ 2.329,94. Em novembro de 2010, o mínimo necessário era de R$ 2.222,99 ou 4,35 vezes o mínimo vigente de R$ 510,00. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional da Cesta Básica, que mostrou que das 17 capitais pesquisadas, o preço subiu em 15 cidades.

O levantamento também apontou que, para adquirir a cesta em novembro, o consumidor brasileiro que ganha o salário mínimo precisava trabalhar 96 horas e 13 minutos. Esse tempo ficou acima do verificado em outubro, quando a mesma compra requisitava o cumprimento de 94 horas e 4 minutos. Na comparação com novembro de 2010, no entanto, o tempo era maior: exigia 98 horas e 12 minutos.

Segundo o Dieese, o custo da cesta básica, quando comparado com o salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos da Previdência Social, também mostrou a mesma correlação. "No mês passado, a cesta demandava, na média das 17 capitais pesquisadas 47,54% do rendimento líquido, enquanto em outubro eram necessários 46,48% e em novembro de 2010, 48,52%", informaram os técnicos do Dieese.

Anônimo disse...

requião não vai fazer nada por Antonina,ele ficou em 3 lugar p senador... 1- fruet 7.069 votos 2-gleise 5.446- 3 requiao 3.455

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento