Li no Bacucu com Farinha, do Neutinho, os indicadores sociais dos municípios do litoral do Paraná. Antonina só está na frente de Guaraqueçaba nos índices de analfabetismo e renda per capita, e o motivo está diretamente relacionado à decadência econômica da nossa cidade. É óbvio que não falei nenhuma novidade, pois todos sabem que o fechamento do Matarazzo e a estagnação do Porto, bem como a crise do petróleo e a hiperinflação ajudaram a promover nossa desigualdade econômica e social.
Se olharmos para o nosso passado recente veremos a enorme quantidade de desempregados na Estiva, a crise no comércio e a falência das empresas de importação e exportação. Mais amiúde, a reflexão que faço sobre nossos baixos rendimentos sociais está na falta de percepção dos nossos administradores em não promoverem novas fórmulas para a velha e combalida economia capelista.
Antonina regrediu no tempo, mas tenho que admitir que os vários governos estaduais e a crise brasileira gerada pelas perdas internacionais contribuíram, e muito, para o declínio econômico da cidade. Não obstante, a classe política, que nos áureos tempos tinha fortes interesses locais, alijou-a de todo o processo político e econômico, e o orçamento, que tanto colaborava com a economia local, praticamente desapareceu.
O empobrecimento da cidade oportunizou a aparição de novas lideranças e estas, utilizando-se de meios fisiológicos, deu ao povo uma perspectiva de sobrevivência, através de um assistencialismo barato, sem nenhuma visão de futuro. Com o fortalecimento dessas lideranças, a cidade se tornou um lugar de disputas entre grupos heterogêneos, geralmente pelas vias mais truculentas e o povo, dividido entre uma linhagem e outra, tornou-se refém dos interesses dessas facções. É evidente que essa prática degenera os valores sociais e políticos e torna-se um instrumento de sujeição do povo à “autoridade moral” constituída nas urnas. Não obstante, a coerção física e mental, além de escravizar, afasta o povo dos seus verdadeiros valores e transforma a autoridade constituída numa espécie de dono do seu destino.
Essa sujeição voluntária legitima a autoridade a agir de acordo com as necessidades dos seus seguidores e estes determinam, indiretamente, como a autoridade deve agir. Em suma: a autoridade nada mais é que o espelho do seu povo, porque este não tem um ideário maior. Com essa relação cria-se um vínculo e ambos acabam sendo comodatários de uma prática muito conhecida na política nacional e local, cuja aliança determina a regra do dar e receber de acordo com a necessidade de cada um.
Em regra geral tanto a autoridade, como os seus seguidores, justificam essa relação no protecionismo, isto é, na garantia das suas posições sociais, e quando se sentem ameaçados reagem de maneira truculenta contra aqueles que também buscam sua ascensão através das mesmas regras. O laço que os liga é forte até o momento em que um não interessa mais ao outro.
Logicamente há meios de melhorar esse quadro e uma delas – a meu ver, a mais importante – é uma política econômica que desenvolva trabalho e emprego, através da captação de recursos federais, objetivando atrair indústrias para o município, como ponto de partida.
A oportunidade que eu vislumbro está diretamente ligada ao Pré-Sal e as excelentes perspectivas que trará ao povo de Antonina, principalmente pela capacitação de mão-de-obra especializada e esta alavancar a economia local, considerando também a perspectiva de futuro ao jovem antoninense.
Mas antes de qualquer medida é preciso verificar as necessidades de infra-estrutura da cidade, considerando que tal política só poderá ser alavancada se o município oferecer, por exemplo, um excelente sistema viário, boas escolas e um bom sistema de saúde.No meu ponto de vista essa visão, por parte do executivo, é de fundamental importância e para isso é preciso que se invista em um novo modelo de gestão, visando, paralelamente, um planejamento prévio que garanta a perenidade dessas ações desenvolvimentistas.
O grande problema que vejo, para viabilizar essas ações, é a falta de uma compreensão maior da classe política antoninense, por conta do seu fisiologismo, agregada a falta de uma visão estratégica do executivo e da desmobilização da sociedade e das entidades representativa.
Coloco essa questão pelo simples fato que muitas cidades abrigaram empresas, criaram empregos e se desenvolveram economicamente, sem se preocuparem com a infra-estrutura dos serviços públicos prestados. Essas cidades, por pura falta de visão estratégica ou imediatismo político das suas lideranças, não desenvolveram adequadamente políticas educacionais, habitacionais, sanitárias, trabalhistas e de saúde pública, acarretando não só o estragulamento do sistema, como também o aumento considerável nos indíces de criminalidade.
Não quero dizer com isso que em volta de Antonina se formará bolsões de miséria e que as instituições não atenderão as necessidades da sua clientela, como acontece em muitas cidades que não se preocuparam com políticas públicas mais abrangentes. O que quero colocar é a necessidade de uma mudança de postura, que dê as lideranças locais uma visão mais estratégica, delineada num Plano Diretor contextualizado, que vislumbre não só o econômico, como o social e o humano.
Por fim, que a visão das lideranças impleque em exigências sobre a boa utilização desses recursos provinientes da política econômica do Pré-Sal, que sua distribuição garanta ações contínuas voltadas para o atendimento e desenvolvimento do seu povo, principalmente ao jovem, dando a ele perspectivas de futuro, através da plenitude de sua cidadania.
6 comentários:
pois é ...foram 8 anos de gov requião,ele não fez nada por Antonina,deixou uma divida imensa ao deixar o gov. prometeu acabar e ou baixar o preço do pedagio p o litoral do pr,só o porto deve mais de 700 milhoes de reais,e vem ai mais chuvas segundo a previsão p 2012,ouvi na radio banda b,e seram chuvas mais fortes que este ano infelizmente,e nem começaram a construçoes das casas dos desabrigados de 11 de março 2011... horácio
Horácio, não ponho apenas na conta do Requião. A chuvarada de 03/2011 deu provas que o governador Beto Richa fez jogo de cena para a população antoninense, adotando meias medidas de puro marketing. Apesar de Antonina ter uma atitude direitista, foi o governo do PT que enviou recursos e agora pode nos dar o Pré-sal.
O problema do povo de Antonina é ser autofágico. Não conseguem se unir e lutar por uma causa que seja comum. Isto acontece a muitos e muitos anos. Não vem deste ou daquele governo. A causa é cultural.
Governo sério, aje assim apara salvar os seus descamisados da miséria absoluta. Esse é o verdadeiro "choque de gestão" que precisamos para por o Brazil nos eixos.
Administração italiana coloca em prática pacote draconiano
Segundo plano apresentado nesta segunda-feira (5) pelo premiê italiano Mario Monti, os aumentos de impostos e a reforma da aposentadoria estão entre as medidas mais graves tomadas pela administração instalada na Itália após a queda de Silvio Berlusconi, há menos de um mês.
Segundo o plano, cada membro de família irá perder mil euros em relação ao poder de compra. As centrais sindicais italianas alertam, mais uma vez, que a atual administração está na direção errada.
O primeiro-ministro italiano anunciou, este domingo, o tão esperado pacote de maldades contra os trabalhadores do país, para tentar pagar mais de 20 bilhões de euros de uma dívida criada pelos capital. O pacote inclui cortes em investimentos sociais, aumentos de impostos generalizado e uma reforma do sistema de aposentadorias.
"Ponderamos muito as questões de justiça, tivemos de distribuir alguns dos sacrifícios, mas tivemos muito trabalho para os distribuir de forma equitativa", disse o atual premiê a respeito das medidas.
A principal central sindical do país, a CGIL - Confederazione Generale Italiana del Lavoro, já fez um alerta, afirmando que o Governo vai direção errada.
As principais medidas de aumento da receita em 2012 derivam de impostos e vão representar dois terços do plano: o regresso do imposto sobre as primeiras habitações (que Berlusconi tinha suprimido) na ordem dos 0,4% do valor do imóvel (poderá render 10 mil milhões de euros, ou seja, o equivalente a todo o programa de "ajuda ao crescimento"), um imposto de 1,5% sobre o repatriamento de capitais em offshores ao abrigo do "escudo fiscal"; o aumento dos impostos sobre os bens de luxo; e o eventual aumento do IVA em 2% na taxa máxima, a partir de setembro de 2012; e o IRS deverá passar de 43% para 46% para rendimentos anuais acima de 70 mil euros.
Para aposentar-se a partir de agora serão necessários três anos a mais de contribuição, passando de 40 para 43 anos de trabalho. Além disso, o valor da aposentadoria foi congelado, exceto os mais baixos. Pensões acima de 936 euros foram congeladas; aquelas abaixo desse valor serão corrigidas mas apenas parcialmente.
A antecipação de pedidos de aposentadoria exigirá um mínimo de 41 anos de contribuição para mulheres; 42, no caso dos homens. A idade mínima de aposentadoria foi elevada para 62 anos no caso das mulheres e 66 anos para os homens. Em 2018, a idade única será de 66 anos.
QUE!!!!!!!!!!
A B S U R D O?????????
Com o salário mínimo de R$ 545,00 já passam o dia caçando siri no trapiche Municipal, com esse salário mínimo vão passar o dia no Forte da Ilha do Mel praticando pesca submarina, exterminando o nossa fauna marinha.
O salário mínimo necessário para o trabalhador suprir despesas básicas como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, como determina a Constituição Federal, deveria ser de R$ 2.349,26. O cálculo foi feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base no preço mais alto da cesta básica alimentar, verificado em Porto Alegre, no mês de novembro, de R$ 279,64.
Saiba mais
Cesta básica fica mais cara em 15 de 17 capitais brasileirasO valor do salário calculado pelo Dieese corresponde a 4,31 vezes o mínimo em vigor, de R$ 545,00, montante superior ao de outubro, quando o calculado pelo Dieese fora de R$ 2.329,94. Em novembro de 2010, o mínimo necessário era de R$ 2.222,99 ou 4,35 vezes o mínimo vigente de R$ 510,00. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional da Cesta Básica, que mostrou que das 17 capitais pesquisadas, o preço subiu em 15 cidades.
O levantamento também apontou que, para adquirir a cesta em novembro, o consumidor brasileiro que ganha o salário mínimo precisava trabalhar 96 horas e 13 minutos. Esse tempo ficou acima do verificado em outubro, quando a mesma compra requisitava o cumprimento de 94 horas e 4 minutos. Na comparação com novembro de 2010, no entanto, o tempo era maior: exigia 98 horas e 12 minutos.
Segundo o Dieese, o custo da cesta básica, quando comparado com o salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos da Previdência Social, também mostrou a mesma correlação. "No mês passado, a cesta demandava, na média das 17 capitais pesquisadas 47,54% do rendimento líquido, enquanto em outubro eram necessários 46,48% e em novembro de 2010, 48,52%", informaram os técnicos do Dieese.
requião não vai fazer nada por Antonina,ele ficou em 3 lugar p senador... 1- fruet 7.069 votos 2-gleise 5.446- 3 requiao 3.455
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