"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

ANTONINA PRECISA ENXERGAR O BRASIL

A construção de uma sociedade se dá através dos fenômenos sociais e culturais que atuam direta ou indiretamente em seu povo. A relação causa e efeito é o primeiro parâmetro que devemos estabelecer para que possamos compreender esses fenômenos e, consequentemente, buscar as soluções que originaram o problema.
Problemas sociais de uma sociedade não podem ser compreendidos sem que haja uma profunda análise do seu contexto e para isso deve-se estabelecer um relacionamento entre as suas causas e efeitos para que possamos, não só compreender, como atuar em todas as suas dimensões.
Violência, desemprego, educação, turismo, religião, etc. são fatores sociais que fazem parte do nosso dia-a-dia e servem como ponto de partida para que possamos estabelecer relações uns com os outros, através de discussões sobre as causas e efeitos oriundas desses problemas.
Se olharmos para Antonina, veremos que o Jekiti, o samba no mercado são espaços de sociabilidade e neles as pessoas podem interagir e, consequentemente, discutirem os problemas da cidade. Naturalmente nada tem de científico, mas serve como ponto de partida para que tenhamos um panorama dos problemas que nos aflige.
É evidente que as soluções são mais complexas e muitas vezes são insolúveis, mas a percepção por parte da autoridade já serve para que ele monte um panorama dos problemas.
Uma maneira de compreender esses fatores é saber os motivos que levaram a população de Antonina diminuir de tamanho. O êxodo de famílias à busca de melhores perspectivas de vida foi o fator principal, isto é, o efeito do fenômeno. A causa, a priori, foi a decadência econômica do município desencadeada pela quase paralisação do Porto e o fechamento das Indústrias Matarazzo. Ambas acarretaram uma reação em cadeia, que dizimou o comércio e demais serviços por conta da aniquilação do sindicado dos trabalhadores portuários, no caso.
Logicamente isso carece de um estudo mais sistemático, devido à sua complexidade, mas não impede que compreendamos o problema. Esse fenômeno não revelará apenas as conseqüências dos problemas econômicos da população e sim irá identificar tantos outros, tais como, a má qualidade do ensino, o péssimo atendimento na saúde, o aumento da ociosidade do jovem e do consumo das drogas, por exemplo. De certa maneira uma coisa está ligada a outra e para que Antonina possa dar seu salto para o futuro é imperativo que enxerguemos o Brasil e a sua capacidade de prover ao seu povo o direito de sonhar com seus objetos de desejos. Essa mudança permitiu a ascensão de milhões à classe média e consequentemente ao consumo. A classe C hoje pode sonhar e mais, ir além da sua quimera de anos atrás, quando não lhe era permitido ter acesso aos bens de consumo e possibilitar que um filho seu tivesse uma educação universitária.
Hoje a classe C é fundamental para a economia brasileira e seu consumo é responsável pela criação de muitos empregos, através da abertura de nosvos estabelecimentos que oferecem serviços e, principalmente, alavancar a produção industrial. A solução brasileira serve para Antonina e dá perspectivas amplas para o futuro do seu povo, resgatando não só o seu passado de puljança econômica, como também, prover seu povo de sua ampla cidadania.
Se houver um esforço da sociedade, Antonina poderá se tornar esse Brasil que cresce a olhos vistos. O Pré-sal deve ser a sua redenção e Antonina, pela sua cultura portuária, poderá ser inserido neste contexto, primeiramente formar mão-de-obra especializada para atender a logistica do Pré-sal.
O futuro está aí batendo às portas de Antonina, querendo oportunizar essa extraordinária tendência nacional, representada por essa nova classe popular que aprendeu a sonhar e materializar seus sonhos. Que este ano seja o primeiro ano daqueles que ainda sonham em um dia poder viajar de avião, ter um computador com internet, um carro e uma casa nova e, por fim, vestir um traje de gala e se emocionar com a formatura dos seus filhos na universidade.
Vale a pena lembrar aos pessimistas que olham para Antonina como a terra do já era - e ainda o é - que o governo Dilma, disponibilizou 24 bilhões, em três anos, para formar mão-de-obra através das diversas escolas técnicas espalhadas pelo Brasil. É por essas e outras que Antonina precisa enxergar o Brasil.

5 comentários:

Henrique disse...

Excelente abordagem e também oportuna. O mundo muda e o Brasil apesar de nunca ter sido um país agressivo e imperialista como os americanos e europeus, está ai como sexta maior economia do mundo. Temos condições sim. Vamos exigir do Govêrno Federal aquilo que precisamos: faculdades, escolas técnicas, empregos, saúde e tudo mais. Vamos lá Antoniuna, já estamos em 2012.

Pr. TEODORO disse...

Sr. Editor fugindo uma pouco da materia postada, hoje voltando de viagem deparei-me nos blogues em que navego sobre a problemática do "aterro sanitário" de Antonina, aspas minhas, aquilo lá é um lixão a céu aberto, sim! O executivo antoninense peca em não informar aos municípes que aquele projeto sofreu descontinuidade, e dar as devidas explicações do 'porquê' dessa descontinuidade, ou então, não tinha nenhuma razoabilidade as suas explicações? Ignoto ficou o povo.

Mas, e o povo ue vive no entorno do "Aterro Sanitário" como fica? Ou não fica? Onde estão as políticas públicas para eles? Dentro de algum Planejamento Estratégico "camaleônico"? São perguntas que eu faço para mim. Não tenho visão antagônica de que A B ou C foi melhor ou pior prefeito. Enquanto A B ou C como chefes do executivo praticarem o clientelismo e o paternalismo não vejo a materialização de nenhuma obra que benefecie a coletividade.

Editor devo ter lido em algum comentário neste ótimo blogue um pensamento do Eduardo Galeano, despeço-me neste comentário com um outro pensamento do próprio.

"Os poderosos não temem os pobres, temem os pobres que pensam. As escolas do MST ensinam os estudantes a pensar e, por isso, são condenadas e proibidas. Esta condenação apenas vem confirmar o fato de que os que não amam a democracia querem o povo ignorante para poder continuar a tratá-lo como massa de manobra e impedir que busque seus direitos e viva sua cidadania" (Eduardo Galeano).

Amigos do Jekiti disse...

1 - Henrique, vc é um otimista e eu tbm sou. Antonina é jovem e vai desembestar.
2 - O Lixão há anos vem se arrastando sem nenhuma solução. Segundo soube, tem ex-prefeito que corre o risco de pagar fortunas em multas por conta do seu desleixo.
O político odeia este tipo de obra, pois ela, embora sirva para prevenir doenças, não marca ponto para a administração.
Faço desse humilde espaço um meio para que as pessoas que estão mais atentas aos problemas do lixão se manisfestem, para que possamos cobrar da administração pertinentes soluções.
abraços

JUBA disse...

ASSIM NÃO DÁ. VEJAM O EXEMPLO DE UMA LAVAGEM CEREBRAL DA MÍDIA BRASILEIRA.
UMA CIDADÃ PAULISTA MANDA ESTA MENSAGEM AO CERRA.
PERGUNTO? QUANTOS ANOS SERÃO NECESSÁRIOS PARA REPARAR O MAL CAUSADO, PELA GLOBO, FOLHA, VEJA, ETC.
NO CURTO PRAZO NEM COM TRATAMENTO PSICOLÓGICO E PSIQUIÁTRICO.
HAJA RIVOTRIL...

Sr. José Serra,
Saudáveis lembranças de uma solida familia, com sólidos principios e habitos.
Feliz Natal para o Sr, sua familia.
E contamos com sua presença no cenário nacional de tão lamentáveis realidades.
Muita saúde e sucesso, Presidente!

Henrique disse...

“O pior analfabeto é o analfabeto politico. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, (...) do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.

Por Bertold Bretch

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento