O texto do amigo Jeff Picanço (blog Urublues) me obriga algumas recordações e uma delas, a mais reveladora, é de que fui um menino devoto de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Falo isso com muita convicção e sem constrangimento, pois fui levado à novena da santa pelo desejo premente de salvar um amigo que adoecera gravemente. Deixei de ir nas quartas-feiras ao campo do 29 de Maio para cumprir minha promessa das dez novenas que salvaria meu amigo. Permitam-me não revelar o nome dele para preservá-lo de qualquer intenção pejorativa de cunho dogmático e também pelo fato de que essa minha promessa jamais fora revelada a ele.
Depois de algumas novenas e vendo que não houvera a esperada intervenção divina, pois a doença do meu amigo nem sequer era séria, acabei desistindo da promessa e voltei aos campinhos de futebol para jogar minhas partidas. Ele não foi castigado por esse meu desleixo, mas não nego que senti muito medo caso ele adoecesse por conta da minha dívida.
Poderia narrar outras experiências religiosas que tive e me postar de joelhos devido tanta culpa e medo que me arrebataram na infância e adolescência e que ainda trago sobre minhas costas adultas. Mas não vou trazê-las à tona devido ao desprezo que tenho por aqueles que usam a religião como um instrumento de sujeição do homem a um deus feroz e cruel que tudo vê e pune.
Vocês hão de pensar que eu não passo de um católico que ainda resiste em sair do armário e que acredito em deus, mas não admito devido a um desejo charmoso de ser diferente. Acreditem, não é nada disso, apenas aprendi com o empirismo da vida que a religião ao invés de me trazer paz, me levou ao conflito e que deus não passa de um delírio, de uma invenção do homem para preencher o vazio da sua existência. Mesmo supondo sobre a sua existência e creditando a ele a misericórdia da vida, nada em minha vida mudaria, pois tudo que fiz não foi fruto de nenhum livre arbítrio e sim das minhas escolhas –certas e erradas – adornadas pelo empirismo da vida.
Ao me livrar dessa “intervenção divina” pude entender melhor minha existência e, à distância, lapidar meu senso crítico sobre o que tanto me amedrontava na infância. Uma delas é a má-fé da fé e sua regulação do homem. Concluí que a fé é um meio de escamotear a verdade e está relacionada com a essência da mentira, como se o mentiroso soubesse a verdade, mas a esconde para manter o monopólio e assim domesticar seu rebanho. Portanto, fui atrás dessas respostas, as quais ainda eu não encontrei e provavelmente não a encontrarei.
Essa estratégia foi usada pelo Padre na audiência pública sobre o plano diretor, quando disse que aposentados bem sucedidos são contra a alteração do uso e utilização do solo e, consequentemente, inibidores do desenvolvimento da cidade. Analisando rapidamente a questão, suponho que a referida empresa empregará uma meia dúzia de pessoas, isso sem contar com os possíveis danos ambientais e sociais aos moradores e a pouca ou nada arrecadação para o município, por se tratar de entreposto.
O texto do amigo Jeff me obriga a outra reflexão: a ética capitalista católica. Como todos sabem o povo antoninense não vive mais sobre a égide do catolicismo e como o padre em comentário neste blog afirmou que se vangloria de aumentar os dizimista de cem para quatrocentos, só posso crer que lidera essa nova ética católica fundamentada pelo “espírito” do capitalismo, como forma de sobrevivência da sua igreja. Não, meus caros, eu não estou enganado, não é a obra de Max Weber, sobre a maneira pela qual os protestantes criaram sua ética do trabalho através do investimento na educação. Falo dessa nova postura neoliberal da igreja para custear suas despesas, que deduzo são muitas.
Não é à toa que os padres estão inseridos na política, na mídia televisiva e radiofônica e artes populares, com a premissa de arrecadar “fundos” para suas paróquias. É óbvio que os projetos sociais da igreja existem, mas já não são tão importantes como décadas atrás quando a ala mais progressista da igreja encarava sua profissão de fé como meio de levar aos desafortunados princípios de cidadania.
Com base nessa premissa e considerando que a paróquia de Antonina aumentou em quatro vezes sua arrecadação de dízimos, pergunto: – Onde estão as obras sociais da igreja de Antonina?
Outro aspecto relevante é a contradição que há entre ser a favor da alteração do uso e ocupação do solo para ampliar os vínculos empregatícios em Antonina e ao mesmo tempo querer fechar o restaurante Buganville que, segundo estimativas, têm o mesmo número de empregados que as possíveis vagas que seriam abertas com a construção do galpão no Barigui.
Em face de essa contradição só posso crer que ele atua a favor dos seus interesses e para tal usa da condição íntima de conhecer a verdade para negá-la, isto é, dissimula os fatos, distingui quem é contra e a favor das suas ideias, enquanto deveria agir como um intermediador dos conflitos entre os que são a favor e contra a mudança do plano de diretor. Além disso, a disposição com que o padre atua nas questões prementes da cidade configura-se pela intenção da relação íntima que ele tem com o poder e para tal mascara a verdade, renegando-a a um plano inferior para que seus interesses não sejam subjugados.
Na linha demarcatória do conflito estão os verdadeiros interessados – a população sem perspectiva e os moradores dos bairros afetados –, que tentam saber o que há por trás da essência da mentira, isto é, entenderem a dualidade que há entre os enganados e enganadores. Mas como a verdade é oculta o que resta aos enganados é ficar do lado daqueles que enganam menos ou resignarem-se, como sempre agiu o rebanho do bom pastor.
37 comentários:
O Dilema de Pascal
Pascal nos seus trinta e nove anos de vida desenvolveu grandes estudos, desde a matemática até a teologia. Procurou fazer analogia, que posteriormente foi feita por Karl Jung, entre ciências exatas e misticismo, que no caso especifico de Pascal, chamaremos de “A Aposta de Pascal”. Segundo este pensador, acreditar em Deus torna-se probabilisticamente mais seguro do que não crer em Deus; delimitando quatro probabilidades principais: 1) crer em Deus e acertar, isto é, ele existe e você crê na sua existência, o ganho é infinito (O destino é o céu), 2) crer em Deus e errar, isto é, ele não existe e você acredita na sua existência, não ganha e nem perde nada (fim da vida sem céu ou inferno), 3) não crer em Deus e acertar, isto é, ele não existe e você não acredita na sua existência, neste caso não perde e nem ganha nada (pois não há vida após a morte e novamente não ganha e nem perde nada), 4) não crer em Deus e errar, isto é, não acreditamos na sua existência e ele existe, a perda é infinita (a consequência é ir para o purgatório ou inferno).
Segundo a ‘Aposta de Pascal’, crer em Deus é mais seguro pois é impossivel perder, e ser ateu trata-se de uma péssima aposta pois não há nenhuma forma de ganhar. Esta aposta de Pascal tem sido observada por muitas religiões antigas para justificar a fé, porém deve ser considerado um Deus que castiga e premia os atos humanos na terra. Pascal morreu atormentado por este dilema e suas últimas palavras foram: “Puisse Dieu ne jamais m’abandonner” (Oxalá Deus nunca me abandone).
A Aposta de Pascal é bastante pertinente quando se trata de incerteza ou aquilo que não podemos provar mas também não podemos negar; diante da incerteza ou incapacidade de conclusão, o sistema jurídico nos ensina o famoso “na dúvida, pró réu”, isto é, se não temos a conclusão que pelo menos evitemos a injustiça de se condenar alguém inocentemente. No caso do Dilema de Pascal, acreditar em Deus sem a certeza de sua existência nos leva a apostar na existência do que se mostra incerto, dando-nos um conforto inesperado pela dúvida da própria existência.
A visão matemática em eventos humanos tal qual fizeram Pascal e posteriormente Karl Yung, mostra-se de grande valia e talvez muito próxima da verdade no que diz respeito a corrupção política, pois na aposta política nacional, ser corrupto é mais seguro pois é impossivel perder, tal qual não ser corrupto é impossivel ganhar.
Antonina de uns tempos para cá tornou-se uma cidade de fundamentalistas, onde a lei maior desta doutrina é: "PENSEM COMO EU OU MORRAM."
A democracia só se aperfeiçoa é através do conflito de ideias e da participação da comunidade não das massas.
É claro, diz Sir Oba, chamem apenas a "comunidade", suponho que os de sempre, os que supostamente são os bem-pensantes, e deixem de lado a horda, a massa.
Numa cidade com pouca gente capaz de afirmar suas ideias, sejam boas ou ruins, basta aqui e ali alguem defender alguma proposta com um pouco de veemência e pronto, os arautos do bom senso, os radicalmente de centro, os eternos ocupantes de muros ficam abespinhados.
Em verdade, morrem de medo de, apanhados pelo fogo cruzado do debate, serem chamados a expor o que pensam porque, no mais das vezes, não pensam coisa alguma.
Preferem a confortável posição de integrantes de rebanhos tangidos de um lado pro outro.
Eu não discuto questões como eleições, partidos e formas de governo, e sim, desejo estabelecer bases de uma “pedagogia política”.
Essa pedagogia seria o modo para regular os conflitos de interesses e os valores.
Refletir, formar opinião e animar a vida pública através do meio cultural não são tarefas dos políticos, e sim de uma elite cultural.
São poucos os homens que contam com a capacidade de esforço suficiente para transcender a vida comum.
Como se vê o problema é de ordem moral. O instrumento com que conta cada homem para se orientar em sua vida não é outro que a razão, uma razão voltada para a vida. A vida é, pois, uma atividade que se fortalece com a razão, mesmo sendo mais do que ela.
A essa elite cultural dá-se o nome de comunidade como disse Ortega Y Gasset no seu livro A Revolução das Massas. A Igreja Secular distorceu essa elite cultural chamando-a de 'Pobres de Espirítos', esta distorção é o pobre de espírito é o sujeito que movimenta o mundo, e aquele que tem sede do saber, do conhecimento para passar para as 'ovelhas' sujeitos.
Essa é foi e continua sendo uma maneira não só da Igreja Secular como dos poderosos de manipular a massa/rebanho ou gado. Reduzindo essa elite cultural(comunidade) em sua pregação de esclarecimentos das massas.
Mire-se no Golpe de 64, quem foram os primeiros a serem presos; os intelectuais e na seqüência sociologia e filosofia saíram das grades curriculares.
Sr. Paulo esclareça a massa, e o sr. será muito mais esclarecido, como, com humildade no seu saber, não seja egoísta em si mesmo.
Abs
Vs. gostam de viajar na bananosa. (aqui no reino não é maionese, é bananosa) - O grande problema da cidade não está lá na Igreja Católica, ou nas evangélicas, muitas delas caça-níqueis. Tá na Prefeitura, onde entram rios de dinheiro pra sustentar, aqui no município, essa democracia decadente e suprapartidária que o PT inventou pra governar o Brasil. (o eufemismo é 'governabilidade', verdadeira 'briga de foice no escuro', não para realçar os interesses do povo e sim para dividirem os benefícios do 'bolo' e da riqueza nacional ($$$$$$)...
É isso que se vê na CV, onde, não importa qual seja o partido, (isso inclui o PT) - são todos 'carneirinhos do prefeito'.
Acredito que esta estória está se transformando em um angú.
Deus não tem religião, Cristo não criou nenhuma religião. As religiões é que se utilizam deles.
Para acreditar não precisa pertencer a nenhuma religião que é coisa do homem.
Também Deus não tem nada haver com política
Ainda citando Pascal, sem dúvida um gênio, entretanto poderia ter contribuido ainda mais para o avanço científico da humanidade se não fosse seu fanatismo religioso. Como gostava muito de falar e considerava isto um pecado grave, mandou fazer um bracelete de ferro com estiletes pontiagudos. Cada vez que se empolgava em falar sobre um determinado assunto e percebia, precionava o bracelete sobre uma parte do seu corpo, como forma de penitencia ou auto-flagelação.
Quando suas pesquisas o levava contra algum dogma da Igreja, parava imediatamente seu trabalho, mudando seu foco.
Pobre Pascal!
Isso mesmo: pobre Pascal.
Vs. tão com os olhos no 'século das luzes' sempre desejando guilhotinar cabeças, gastando tempo e tutano pra meter o pau no padre, e na religião (na católica), Perda de tempo, pois essas instituiçóes estão compeltamente ultrapassadas e quase nenhuma influência exercem para se definir o ritmo e o padrão de implemento do que a sociedade carece. As religiões se tornaram socialmente periféricas.
Vs. tem que procurar os verdadeiros vilões e canalhas da história de HOJE em outro lugar...
O bispo macedo (universal do reino de deus), por exemplo, comprou, nas antilhas, um palácio de quarenta e dois milhoes de dólares para seu veraneio..... (Um bispo) - Há milhares e milhares de políticos e apadrinhados de alto escalão, em todos os estados da federação que roubaram e roubam muito, muito mais do que isso, sem se falar na 'corte de brasília', que a título de manter a governabilidade, sustenta toda sorte de salafrários, especializados em saquear o dinheiro do povo.
Um belo debate. Um texto bem contextualizado e sempre fiel à lógica aristotélica do blogueiro. Debatedores citando até Pascal e Yung, para delinear o racional do místico. Enfim, só falta a versão do padre para termos uma idéia mais nítida do todo em questão.
Eu tenho uma identidade com o Pascal, pois foi um sujeito que viveu o mundo: foi libertino(gostava de uma zona/música e de uma birita); foi ateu; foi crente; foi filósofo; foi matemático; foi teólogo; foi fanático religioso; quase foi excomungado...Luiz Henrique, o pai do Pascal era fiscal de rendas.
Enfim um sujeito que viveu em plenitude com a sua época, e deu uma grande contribuição para a evolução da humanidade.
Querem saber mais, acessem.
http://www.hottopos.com.br/vidlib2/blaise_pascal.htm
O Srs. anônimos acima como memória histórica são insuperáveis(sic), agora como interpretes da mesma são uma lástima.
Com o PT, são três décadas de construção da democracia no Brasil, em trajetória marcada pela defesa de direitos sociais e dos interesses nacionais.
A queda do Muro de Berlim ainda deixa sequelas em gente que se dizia comunista. Parece que os tijolos que separavam dois mundos continuam desabando e provocando desorientação mental, política e ideológica.
Com as pesquisas de opinião apontando altos indíces de um ótimo goveno da Predidenta Dilma do PT, crescem o desespero e as tentativas de manipulação e distorção da realidade. Prática do período stalinista que encontra espaço na atual oposição brasileira, que reúne tucanos, demos e antigos esquerdistas, como Hélio Duque/Álvaro Dias/José Anibal/Roberto Freire/Rubens Bueno/Serra...
Só assim se explica esta verborragia insana de certos comentaristas anônimos publicados neste bloque, como um síntese, no qual abusa de uma retórica conservadora e incorpora o linguajar de parte da mídia e das cassandras que anunciam o fim da democracia no Brasil.
Repete mantras da oposição, com a tentativa de colocar a Dilma como suposto risco à democracia, o "perigo" de instalação de "partido único" e a criação de "república sindical". Isso relembra as bandeiras dos golpistas de 1964 e as vivandeiras de quartel.
Ora, o processo de consolidação da democracia no Brasil relaciona-se com o papel da nova esquerda no Brasil e sua participação na construção do PT. Um partido surgido diante da incapacidade do PCB/MDB de criar uma perspectiva consistente de representação para os trabalhadores do Brasil.
Na origem, o PT se caracterizou pela adoção de métodos democráticos de organização, em contraposição ao velho e acomodado "peleguismo" e à burocracia sindical da qual o PCB/MDB eram clientes.
Com o PT, são três décadas de construção paulatina da democracia no Brasil, numa trajetória marcada por defesa dos direitos sociais, dos interesses nacionais, do desenvolvimento e da integração latino-americana.
O tempo, os acertos táticos, a capacidade de elaboração e de articulação confirmaram a importância histórica do projeto do PT. No período, o PT refletiu e mudou, mas nunca mudou de lado, como mostram as conquistas do governo Lula/Dilma.
O PT não é dono do movimento sindical, como dizem as cassandras e vivandeiras.
No país, há pelo menos seis centrais sindicais que disputam entre si a hegemonia do movimento.
O PT faz parte de um campo democrático e popular, com partidos de esquerda, do centro e até partes de legendas de direita, que, por sinal, foram acolhidas pela articulação política que ele defendia como aliado no Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo.
Quando tucanos falavam que teriam três décadas de poder, nenhum 'çabio' anônimo apedeuta de Antonina, não se preocupou em escrever um artigo com o teor mexicanizado da proposta.
Diferentemente da visão míope da oposição, o Brasil se consolida como emergente democracia, com distribuição de renda, melhorias sociais e fortalecimento das instituições. Atuam com independência o Ministério Público, o Poder Judiciário e a máquina de Estado.
Tristemente, parcela de um partido que um dia propôs transformações sociais hoje se tornou coadjuvante da direita brasileira. Transformou-se o velho PCB/MDB em sigla de aluguel, que atende pelos nomes de PPS/PMDB e passou a viver de sinecuras na burocracia do governo tucano.
É um fim melancólico das novas e recentes viúvas do neoliberalismo, que, incapazes de apresentar um projeto para o Brasil, se dedicam ao ofício de caluniar e difamar um governo bem-sucedido, que tem o apoio de esmagadora maioria da população e um reconhecimento internacional unânime. Está na hora do surgimento de uma oposição democrática no Brasil conduzida por pessoas mais qualificadas.
Tá bom, mas o Serra, já anunciou que vai concorrer as prévias para candidato a prefeito em S. Paulo. Tem cara-de-pau maior?
Ao anônimo das 22:54 - Os EUA é que deve ser o "seu" paraíso.
27/02/2012
Números retratam a pobreza nos Estados Unidos
Embora o início do ano tenha trazido notícias animadoras para a economia americana, como uma leve redução no índice de desemprego, o povo americano ainda sofre na pele as consequências da desaceleração econômica que vem castigando o país desde a crise de 2008.
Segundo um estudo da Universidade de Indiana, o número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza nos Estados Unidos aumentou em 27%, chegando a 46 milhões.
Uma nova pesquisa do National Poverty Center traz alguns números que pintam o retrato da pobreza nos Estados Unidos:
-1,4 milhão de famílias estão vivendo com menos de dois dólares ao dia, ou 60 dólares ao mês – o número é mais que o dobro do registrado em 1996.
- 2.8 milhões de crianças fazem parte desta estatística.
- 866 mil famílias viviam em condições de pobreza extrema.
- 45,2 milhões de pessoas recebiam benefícios do Programa de Assistência à Nutrição Suplementar (SNAP, na sigla inglês), que prove cupons de alimentação para as famílias de baixa renda, em 2011. O número é quase o dobro do registrado em 1996.
- 25% das famílias vivendo em pobreza extrema são afro-americanas e 22% hispânicas. Embora não sejam maioria, estes grupos foram os mais penalizados nos últimos 15 anos. O crescimento dos dois grupos foi de 182,7% e 131,9%, respectivamente, enquanto, entre as famílias brancas, o aumento foi de 109,9%.
Fonte: Exame
O ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, afirmou que os países em desenvolvimento poderiam prover mais recursos para ajudar os países da zona do euro em dificuldades, mas desde que ganhem como contrapartida mais poder dentro do FMI (Fundo Monetário Internacional).
domingo, 26 de fevereiro de 2012Religião, política e os Torquemadas
Por Maurício Dias, na CartaCapital:
As igrejas, sempre de costas para o futuro, continuam intolerantes às renovações. No tempo do domínio católico no Ocidente, os contestadores de falsas verdades eram atirados à fogueira, amaldiçoados pela Inquisição, que não dava trégua a supostas heresias.
Nos dias de hoje, impotentes para ditar condenações capitais, os inquisidores ordenam aos fiéis a punição de políticos que defendem propostas dissidentes à doutrina que pregam. O aborto e a defesa da homofobia são os exemplos mais gritantes. E irritantes. Em reação, eles promovem nas eleições a “queima” de votos dos hereges e, com isso, cerceiam a liberdade do eleitor e intimidam os candidatos.
Assim agem os pregadores das igrejas evangélicas. São os novos inquisidores.
Essa réplica tardia e infeliz do Tribunal de Inquisição materializou-se no Congresso, onde foi depor o ministro Gilberto Carvalho, na terça-feira 15 de fevereiro. Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, viu-se forçado a expiar publicamente “pecados” cometidos aos olhos da poderosa bancada evangélica, transformada em braço executivo de diversas igrejas religiosas.
“O pedido de desculpas, de perdão, não foi pelas minhas palavras, e sim pelos sentimentos que provocaram”, disse o ministro.
Qual foi a heresia? Gilberto Carvalho, durante o Fórum Social Mundial, manifestou preocupação política com os evangélicos: “A oposição virou pó (…) a próxima batalha ideológica será com os conservadores evangélicos que têm uma visão de mundo controlada pelos pastores de televisão”.
Carvalho é católico fervoroso, mas também é militante político. Petista. Em razão do cargo, não foi cauteloso, embora tenha falado ingênuas obviedades. Não pregou o cerceamento de qualquer manifestação religiosa. Mas foi o suficiente para despertar a ferocidade adormecida da Frente Parlamentar Evangélica, na qual se destaca o senador capixaba Magno Malta, que, entre outras ofensas, chamou o ministro de “irresponsável”.
Um parlamentar ateu presente ao encontro fechado à imprensa descreve assim o ambiente naquele dia: “Os olhos dos senhores parlamentares disparavam chispas de fogo, ódio, raiva e intolerância diante daquele enviado do Maligno que se tornara ministro (…). O clima era pesado. Aquela reunião e a Inquisição têm tudo a ver. Tenho certeza que não exagero. O problema para eles era não poder acender a fogueira. Restavam-lhes as línguas de fogo, prontas a queimar o demônio pecador”.
Serelepe, o deputado Anthony Garotinho, ex-governador do Rio e evangélico atuante, também se destacou na ocasião. Sem sucesso, tentou forçar o ministro a assinar um documento desmentindo as declarações publicadas, mas diferentes do que falou, garantiu Gilberto Carvalho. O inquisidor fez, pelo menos, uma declaração expressiva e inteiramente adequada ao ambiente criado.
“O perdão está para a Igreja assim como a anistia está para a política”, comparou Garotinho.
Igreja e política. O desempenho de Garotinho aproximou ainda mais aquela reunião no Congresso do espírito obscurantista assumido pelos evangélicos. Nesse sentido, fazem uma repetição tardia do catolicismo primitivo.
Os votos dos evangélicos, arma que usam no processo político, talvez não sejam eleitoralmente decisivos. São muitos, é certo. O suficiente para acuar candidatos em busca de votos. Com eles acuaram Dilma e Serra, na eleição de 2010, e transformaram a competição em espetáculo para exibição de medíocres Torquemadas.
Pascal, como bem disse, Natinho, viveu seus tormentos entre a ciência e a religião. Pascal não foi o único e posso aqui incluir milhões que vivem o mesmo dilema.
Mas o dilema que se vive nos obriga a caminhar conflitando a religião com o racionalismo filosófico e porque não com o funcionalismo sociológico.
Um é transmissão o outro progressão.
Caro Luiz,você sempre perfeito e seu texto demonstra, de forma lúcida, a dominação fundamentalista e nociva do padre aqui em Antonina.
A religião e a fé são coisas individuais pertecem ao rol das questões íntimas de cada ser humano e, assim como o ateísmo, devem ser respeitados.
O que não respeito e não aceito é a postura deste padre que, em nome de Deus, quer decidir os destinos da nossa cidade de forma abominável!
Ele interfere em tudo e o pior é ver o povo passivo e aceitando sua bestialidade e sua imposição sempre con interesses escusos.
Este padre politiqueiro e interesseiro é figura fundamental no atraso de Antonina.
Faço minha a sua pergunta - " Onde estão as obras sociais da igreja de Antonina?"
Geraldo
Está na hora de refundar o clube literario antoninense, pra entocar lá esses 'bicho estranho' que tiram do necrotério uma porção de escritores mortos, cuja influência de pensamento aqui no reino é NENHUMA.
Esta terra é de gente simples que quer ser tratada com decência.
E até onde se sabe, a 'indecência' que avilta o povo, por aqui, não tá lá na casa da zazá ou da maria gasolina. ESTÁ NA PREFEITURA !!!!
Senhores intelectuais, tá na hora de se guardar a vaidade do saber e 'botar a mão na massa'
Prezado amigo anônimo, a cultura eleva a alma e o indivíduo. A filosofia e outras artes fazem parte de todas as nações desenvolvidas desde a antiga Grécia, quiça anterior.
Entretanto, como falava o célebre filósofo " Caco-Velho", sem crítica a arte é nula.
Até parece que a intelectualidade é crime. Não creio nisso.
a intelectualidade daqui, não é crime. é masturbação. onanismo mental.
nada tem a ver com ANTONINA.
VS.não servem à sua terra. servem-se a si mesmos alimentando a própria vaidade.
vs. vivem a estúrdia paranóia das letras condenadas ao museu da história.
vs. são intelectuais 'de barriga cheia', enquanto o povo é espoliado pelos canalhas da política....
vs., propositalmente, dolosamente, são alheios à penúria e a desgraça do povo desta terra.
Não entendo essa intelectualidade que vcs tanto colocam. Não sou intelectual, nem mesmo tenho a pretensão de sê-lo. Para tal é preciso estudo, muito estudo, experiência científica e muita, muita labuta. O que faço aqui em meu espaço é opinar, levar um pouco de informação e fazer com que as pessoas possam discutir, concordar e não concordar.
Quanto à penúria do nosso povo, digo-lhe que no dia em que esse povo acreditar em si e não precisar mais beijar o anel do pescador ou trocar seu voto por algumas migalhas, com certeza, tornar-se-á um povo livre.
Antonina me faz lembrar um filme muito antigo que assisti e recomendo, caso encontrem. Chamava-se em português: A CALDEIRA DO DIABO.
Isto aqui não é revolução de fourrier.
É testemunho de vida.
Expressa a alma interior de cada um que se manifesta.
Quem quiser revolução politica, que faça.
V. aí que quer formar um exército de brancaleone contra os políticos, vá você na frente, que o bog dará a notícia.
A cultura é 'fermento na massa' - age silenciosamente e transforma a pessoa a partir de seu interior.
Por isso, o padrão deste blog é perfeitamente válido e legítimo, e, de algum modo, age positivamente na sociedade antoninense.
Portanto, menos, menos exageros.
Intectualidade vazia!
Nada adianta a discussão intelectual e filosófica tentando sensibilisar um povo atrasado e ignorante como é o povo de Antonina
O povo de Antonina é boçal, metido, prepotente e preconceituoso. Trata a questão pública como sua privada imunda, mas sempre regada a lavanda - pra esconder o mau cheiro
O povo, ignorante, segue preceitos e dogmas religiosos - nocivos - comandados pelo padre e pastores; enquanto isso, correndo por fora, temos a "elite"!
Sim, meu caro, a "elite" acredita que ela ainda existe e se coloca - sempre de nariz em pé - se achando fora do contexto social. A elite que torce o nariz para as questões mais sensíveis ao sofrimento do povo.
Esta "tal elite" - frequentemente agarrada na batina do padre - passa ao largo da realidade e segue fazendo pose e se vangloriando dos seus antepassados, GRANDISSIMA MERDA SER DESCENDENTE de fulado (ladrão, grileiro e espertalhão) ou de cicrano (corrupto e imoral)
POVINHO DE MERDA!
Zé Ninguém
Pega leve Zé Ninguém. O povo de Antonina é um povo bom, pacato e respeitador.
O problema é que carece de informação honesta. Novela e noticiário da Globo, revista Veja, Gazeta do Povo, etc. enfim o chamado PIG ( Partido da Imprensa Corrupta ) é o principal culpado. Vou ficar por aqui, vou pegar minha linha de pesca, tirar as cabeças de camarão que guardei na geladeira e ver se pego uns bagrinhos prá jantar.
políticos desonestos, são como os pobres, sempre os tereis....
aqui não é exceção.
Zé Ninguém,
Existe uma coisa na sociologia chamada contexto histórico. Se analisarmos a história antoninense concluiremos que nosso espírito é secessionário. Nossa colonização é muito mais paulista que portuguesa e se pensarmos bem chegaremos a conclusão que a elite reacionária daqui seguiu os mesmo ditames da elite paulista. Essa elite sempre foi arrogante, acostumada a ditar regras e comportamentos, e na política sempre foi dada a golpes, pois jamais se conformou com a perda da sua hegemonia para a República Nova, tanto que protagonizou a tentativa de golpe durante a "revolução constitucionalista de 32". Claro que saiu ganhando, em termos, tanto que Getúlio obrigou-se a convocar uma assembléia constituinte. Lá como aqui, apoiou-se o golpe de 64, tato que teve até agiota preso taxado de comunista.
Por outro lado, essa elite sempre foi subserviente, isto é, sempre dependeu da política da capital. Como nosso estado nunca teve representatividade nacional, essa elite se sujeitou aos caprichos das lideranças paranaenses, tanto que afundou depois que Paranaguá tomou seu espaço na política paranaense. Lembrem-se da BR que liga ao porto de Paranaguá, do fim do subsídio do trigo e, consequentemente, a morte do matarazzo. Portanto, morrendo o porto e matarazzo, morreu nossa elite, a dona do nosso saber. Mas se analisarmos bem, seus ranços ainda vagam sobre nossas cabeças, como fantasmas a nos fustigarem.
Portanto, Zé Ninguém. Mesmo sendo superlativo e apelativo, nas entrelinhas concordo com você. Mas pega leve.
Outra hora, com mais tempo, detalho melhor a minha ideia.
Ah! Claro que concordo em tudo com o JUBA
se a imprensa maior é pig, magine a imprensa-mosquito aqui do reino: tem pés e maos amarradas e boca amordaçada pela prefeitura.
por isso que os blogs são importantes. vira e mexe levam 'pau na orelha' (parece que o bacucu acabou de levar uma cacetada), mas pelo menos falam um pouquinho.
importante também a rádio-corredor, a rádio-lavadeira, a rádio-botequim, etc.... esse é o geito de se saber o que acontece de PODRE neste reino de aparências, muitas aparências e muita podridão.....
...só parece... rsss
A regra aqui ainda é o do bateu levou...
Um abraço.
Neuton Pires
o bacucu parece que teve problemas, porque um 'pudê' não quer que se fale sobre possíveis irregularidades e o outro 'pudê' não quer que digam que deve fiscalizar.
Estamos bem arranjados com esses 'vendilhoes do templo'
teremos oportunidade de avaliá-los pelo voto, nas próxias eleições.
Concordo, com o amigo anônimo. Somente uma resalva, o problema não é somente de Antonina. O mundo todo está em crise. No meu modo de ver sempre esteve.
A diferença é que hoje existe a internet, que com o devido cuidado que tem de haver de nossa parte, poderemos saber das verdades ( nem tudo, lógico).
Mas, já avançamos signifiticamente.
Uma das razões pela qual frequento este blog é que pelo que é escrito, conhece-se o blogueiro, e assim outros.
Por isto, vamos continuar metendo bronca, isto é liberdade, isto é democracia.
Pode não resolver os problemas, mas uma palavra bem pensada na hora certa é como uma semente no solo fertil.
Vou parar por aqui vou pescar de novo, ontem não estava dando nada, quero ver se levo sorte, amanhã é sábado.
bacucu, não desanime. pau na jaca!!! V. vai ter oportunidade de enfrentar esses m....... dentro da própria camara dos vereadores, a partir de janeiro.
...não, não... não estou desanimado, pelo contrário, tendo pessoas com sede de mudança ao meu lado... aí que me fortaleço mais ainda...
...se é para meter o pau na jaca (no bom sentido)... então vamos pro pau... vamos pro cacete, doa a quem doer...
Um abraço a todos.
Neuton Pires
O JUBA disse:
"Pega leve Zé Ninguém. O povo de Antonina é um povo bom, pacato e respeitador."
Pois eu vos digo e repito, o povo de Antonina não é pacato. O povo de Antonina é preguiçoso!
E para você, Luiz Henrique eu respondo:
É fácil justificar o contexto histórico da elite (podre) antoninense já que sua família faz parte dela!
Queria ver você justificar se fosse, como eu, filho de família humilde que sempre foi alvo da arrogância e prepotência desses que se acham de alta estirpe e que fazem questão de se manter um degrau acima.
Acima de quê?
Acima do fato de serem descentes de senhores de escravos? Ou de grileiros? Ou de corruptos?
Considero isso muito pobre e muito pouco. Melhor seria a elite ver que o passado dela ( a elite) causou sofrimento e discriminação, coisa que, aliás, ainda causa!
Zé Ninguém
Zé Ninguém, vou ser educado com você pq deduzo que sua intenção não foi chamar minha família de podre. Caso tenha, seja corajoso e se identifique.
" que tentam saber o que há por trás da essência da mentira, isto é, entenderem a dualidade que há entre os enganados e enganadores. Mas como a verdade é oculta o que resta aos enganados é ficar do lado daqueles que enganam menos ou resignarem-se, como sempre agiu o rebanho do bom pastor."
Espero que quando o Judiciário sentenciar quem são os "enganadores e os enganos", o sr. venha a público e nos diga "quem é quem" nessa suruba.
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