A NATUREZA MILAGROSA DO NOVO

Fui cobrado por não tocar nas candidaturas de Jeff e João Domero. A cobrança procede e eu estou aqui para reparar a falha. Embora, na atual situação, haja uma polarização entre a situação de Munira e o que ocorreu com Canduca eu não posso deixar de vislumbrar, pela dinâmica da política antoninense, que muita água vai passar por debaixo da ponte. Como a situação atual ainda é muita complexa, vou evitar de fazer ilações sobre impugnações, reviravoltas e coisa do tipo, para focar numa situação mais realista e previsível.

De acordo com o que se mostra, vejo em Jeff e João Domero duas personalidades muito parecidas. Embora estejam "correndo por fora", os dois podem encontrar seus espaços pela fadiga do eleitorado em relação a toda essa indefinição do quadro político antoninense. Além desses fatores, tanto Jeff como João Domero tem relação com o novo - apesar do anacronismo dos seus partidos - e isso pode provocar surpresas, desde que um deles tenha condições, lá por setembro, de alavancar suas candidaturas. Digo isso porque se Munira for para a disputa, ela sai com 30% dos votos válidos e os 70% ficam divididos entre os três candidatos. Se na reta final Jeff ou João conseguirem uma dianteira, as chances de um deles chegar, cabeça-cabeça, com Munira é muito grande, porque poderá, na reta final, ocorrer a migração dos votos dos outros dois candidatos que ficaram fora da disputa e também dos indecisos e dos que rejeitam outras candidaturas.

Mesmo enxergando João Domero e Jeff com forte relação com o novo, não posso furtar-me de apontar que a estrutura de ambos é pequena, mas como o antoninense vota muito mais em nome que em partidos, esses fatores podem se equilibrar. Essa possibilidade dependerá de um pouco de sorte e virtude (Maquiavel) dos dois candidatos, ou seja, de convencerem o eleitorado que as chapas do PSDB e PMDB significam o continuísmo, de Munira não for para a disputa, de o fator Canduca embolar o meio de campo e, inclusive, de terem a eloquência carismática do eleitorado acreditar em seus discursos. Além disso, como fator positivo, cito a boa escolha dos seus respectivos vices. No caso de Jeff, Mura-Mura é conhecido na periferia, enquanto o de João Domero (Wilsinho) se apresenta como um empreendedor, embora isso não seja decisivo.
O problema maior de Jeff e João, a meu ver, está na natureza milagrosa de que tudo precisa dar certo para o lado deles. Seria como se os times de ambos estivessem na reta final de um campeonato e os dois tivessem apenas chances matemáticas e ainda dependessem de algumas composições de resultados. Essa conjunção teria que só lhes trazer vantagens, como por exemplo a inelegibilidade de Munira e a maneira pela qual Canduca se comportará até o dia das eleições.
Tudo que coloquei, repito,  foi baseado numa configuração atual, devido as incertezas que há nos rumos das campanhas e, lógico, sem deixar de levar em conta atuação política de Jeff e João Domero. Mas como o quadro é de indefinição tudo é “achismo”, exceto a natureza milagrosa que envolve João Domero e Jeff Fonseca.