"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



sábado, 7 de julho de 2012

LÓGICA

A polêmica gerada pela não candidatura de Canduca à reeleição ainda rende comentários. Conhecendo nossa política e políticos, leva-nos a imaginar que alguma coisa de muita estranha aconteceu para que a sua base governista preferisse seguir sem seu líder. Primeiro foi o PT que deixou a administração, fato este, suponho, motivado por desavenças e/ou objetivos próprios. Depois foi a base aliada que resolveu deixar Canduca e formar a coligação "Antnina que queremos".
O raciocínio que faço a respeito vem de vários graus da minha imaginação e uma dessas premissas está no meu texto“O criador e a criatura”. Embora a postagem seja mais opinativa que baseada em fatos, não significa que não tenha o direto ao "achismo".
O grande problema sobre a questão é que sempre nos obrigamos a formar um juízo dos fatos, geralmente fundamentados em nossas impressões, no caso, em nos dividirmos entre os que acreditam que Canduca foi traído ou apenas pagou pela sua indecisão. Mas o que é sustentado pelos dois lados é que Canduca reviu sua decisão e resolveu concorrer, mas, segundo a “Antonina que queremos” não havia mais tempo.
O “x” da questão é o que está no tempo e no espaço, bem como o que ocorreu entre as proposições subjetivas e objetivas, direta ou indiretamente, dos envolvidos. Embora nada exista de autoevidência, negar a nós mortais o direito de aprimorarmos nosso julgamento sobre o ocorrido é menosprezar e desconhecer o quanto necessitamos raciocinar e racionalizar sobre as experiências que são postas à nossa frente, ainda mais nessa situação que envolve o destino da nossa cidade.
Sabemos que o fundamento sobre essa questão vem da prática que temos de aplicarmos nossa sentença sobre o episódio, a primeira vista vejo que essas situações nos induzem a enxergar o fato pela ótica do empirismo e a relação que levaram Canduca a trocar de partido, bem como a alegação da sua imprecisão sobre em concorrer ou não.
É fato que Canduca foi atraído pelo PSD, com o intuito de ficar do lado dos seus últimos aliados que, suponho, lhe dariam maiores condições de alcançar sua reeleição. Como isso é fato, só posso crer – aí é suposição – que as lideranças do partido tinham seus interesses em tê-lo ao seu lado imaginando usufruir da máquina pública para seus interesses políticos. Mas a indecisão de Canduca em entrar na disputa, acabou levando seus aliados a um plano B, mesmo, segundo disseram os ex-aliados, esperando, até o último minuto, o prefeito se decidir. Como na política a indecisão é um grande erro, o plano B, que já estava alinhavado, foi posto em prática e, quando Canduca se decidiu, a “Antonina que queremos” já havia iniciado a valsa vienense.
Se houve uma intenção pré-concebida dos seus aliados em aplicarem a rasteira, é difícil de identificar, mas, a meu ver, o que conta muito para essa teoria é a rapidez com que a coligação foi montada. Nesse prisma deve também relevar as opiniões dos canduquistas que ainda insistem na rasteira, mesmo Canduca, deixando, para alguns, que não queria concorrer. Sua oscilação é perfeitamente compreensível, mas na política as imprecisões são quase fatais. Mas nada ainda está decidido porque Canduca ainda pode se recuperar do "up de direita" que o levou à lona. Mas a contagem ainda está em andamento e o prefeito pode partir para o embate, pois ainda faltam alguns hounds para Canduca provar que é um "lutador" nato, mesmo não sendo o candidato ao título.
Mas seguindo o baile, como diz o amigo Tutuca, e partindo do princípio que nada mude, outro fundamento que faço é a relação que há entre a chapa “Antonina que queremos” e a administração Canduca. Esse raciocínio me induz a aplicar, sobre essa evidência, que PSD, PT, PRTB e PMDB são diretamente responsáveis pelos acertos e erros da administração de Canduca e esse demonstrativo só me leva a crer que a “Antonina que queremos” é, na sua essência, a Antonina que tivemos nesses quatro anos.
Se este padrão nos levar a projetar a coligação liderada pela senhora Munira, a situação ainda é mais nítida, porque a ex-prefeita liderou o executivo municipal por 12 anos, como vice de Leopoldino e depois titular da pasta do executivo. Esse empirismo projeta também a mesma relação anterior, ou seja, que se a ex-prefeita vencer a eleição, não há como negar que, na essência, os próximos quatros anos da sua administração será o que Antonina já experimentou.
Mas o antoninense se habituou, em sua desmemoria, a não perceber a natureza de cada grupo e nem julgar, com racionalidade, o que foi feito para melhorar o seu padrão de vida e da cidade. O antoninense habituado com o descrédito na política prefere escolher pela empatia e/ou pelos pequenos favores que recebeu e poderá receber, e não pela análise crítica sobre o que cada grupo fez quando esteve, direta ou indiretamente, na administração do executivo. Se essa análise não é feita pelos eleitores, pouco importa, mas isso não a descaracteriza como infundada.
Embora eu acredite que tudo não passe de teoria, mas ao analisar as experiências vividas, em conjunto com a aplicação dos seus conceitos e ideias, sinto, pelas tradições das duas coligações que, mesmo não havendo verdade absoluta, corre-se o risco de haver continuidade. Mas como a certeza, às vezes, é mais desagradável que a dúvida, me arrisco a dizer, dando-me o direito ao contraditório, que prefiro ficar com a certeza do continuísmo por ser o único caminho lógico.

11 comentários:

Antonio disse...

E "SE"...a Munira for uma candidata sub judice, e o Zé Paulo desistir de ser candidato da majoritária e tornar-se o vice do Canduca?

Amigos do Jekiti disse...

Essas questões estão, em parte, no texto.
Munira pode se tornar inelegível, mas a decisão judicial é mais política do que legal.
Quanto a Canduca ele tem até o dia 18 para levantar do "up de direita" e reagir.

Masca disse...

Luiz seja mais democratico nas suas considerações, respeite os demais integrantes do jogo, além da quase-sob-judice Munira e do quase-vice-dia-18 Zé Paulo, existe o irmão-do-Kleber Jeferson e o filho-de-D.Lucy-do-dolé João Domero.
Antes de lançar mão de conjecturas, pergunte diretamente ao Prefeito porque de sua não participação da eleição, voce sempre se caracterizou em suas matérias defensor da administração do Canduca.
Mauricio Scarante (Masca)

Unknown disse...

Antonina sinto lhe dizer que meu amor platônico por você me impede de ir além das sandálias. As vitórias
pírricas dos políticos, sempre se revestiram de uma atitude cínica.
Com certeza após as eleições, tudo ficará como dantes no quartel de abrantes. E o povo? o povo como sempre irá para as calendas gregas.

Unknown disse...

Serão necessários centenas de anos para consertar todo o estrago que a "elite" fez ao Brasil, com sua escravidão, sua indolência, seu ataque aos cofres públicos e, principalmente, sua corrupção.
Leiam os livros "1808" e "1822", ambos de Laurentino Gomes, e vejam os primórdios da "elite" brasileira, é, simplesmente, imperdível.
Os livros nos mostram que até os dias de hoje o Brasil sofre dos males de sua fundação.

Do blog Aposentado Invocado

Amigos do Jekiti disse...

Maurício,
Achei muito legal da tua parte dizer que sempre fui defensor da administração de Canduca, porque alguns também me disseram que eu era contra, quando escrevi em relação ao Plano Diretor e a Fortesolo. Isso, talvez prove minha independência.
Quanto a Jeff e João Domero, acredito que eles representam o novo e o novo está moda. Não é à toa que Lula lançou Haddad, que Canduca ganhou em 2008 e alguns vereadores "macacos velhos" de Antonina não entraram.
Acredito que se Jeff ou João Domero surpreenderem lá por setembro, polarizam com Munira na reta final, se ela concorrer, é claro.
Maurício, como disse acima: Jeff e João Domero representam o novo, mas para ganhar a eleição o buraco é mais embaixo. Ambos têm dois bons vices, sendo o de Jeff com forte apelo popular na periferia, enquanto João tem um empreendedor. Se eles tiverem a capacidade de convencer os que rejeitam Munira e mostrar que a coligação de Antonina que queremos representa o continuismo, podem ter chances.
Muita água vai passar por debaixo da ponte, inclusive pode acontecer a impugnação de Munira, mas considero Zebra, e tbm uma forte tsunami chamado Canduca que vai aproveitar a grana que veio para concluir e inaugurar as obras.
Por tudo isso vejo que a disputa está em aberto, filho de Luci!

Amigos do Jekiti disse...

Henrique, é verdade. Incluo mais uma obra: A privataria Tucana.
Esse pais está a passar por revolução e pouca gente se apercebe disso. A mídia golpista já dá sinais de que está entregue, pois tudo que diz, no dia seguinte é desmentido pelas políticas públicas de Dilma que está dimnuindo juros de um lado e do outro revolucionado a educação. Vai chegar um tempo em que teremos 10% do PIB e aí a revolução contra o que a velha elite deixou de herança vai florescer.
abraço

Antonio disse...

ARAPUCA PARA PEGAR BAGRINHO

Fichas Sujas’ e inelegíveis vão usar “candidatos laranjas” para enganar eleitor.

Os "fichas sujas" e os "inelegíveis" devam usar todos os prazos e recursos até às 24 horas antes do pleito. Com o advento da Lei da Ficha Suja e diante do imenso universo de políticos inelegíveis no Brasil, políticos procuram saídas nada republicanas para tentar enganar a população, burlar a lei eleitoral e agredir a Constituição Federal.
No interior, especulam-se registros de candidatos considerados inelegíveis e, em certos casos, apenados pela Lei da Ficha Suja. Depois de registrados e impugnados, serão substituídos no “apagar das luzes”, faltando apenas 24 horas da eleição do dia 1º de outubro próximo.
Como o Registro de Candidatura é um fato jurídico e com este o cidadão adquire legitimidade para concorrer a um cargo político eletivo, alcançando a condição de candidato, qualquer impugnação será objeto de julgamento pela Justiça Eleitoral. Como se tratam de eleições municipais, a impugnação de qualquer candidatura terá no mínimo um prazo de 4 meses para transitar em julgado, ou seja, somente surtindo efeitos legais tal decisão após acórdão proferido pelos tribunais superiores (TRE ou TSE, conforme o caso), após percorrer uma “via crucis”, um trâmite que se inicia no juízo da jurisdição do impugnado.
Apegando-se a essa morosidade da Justiça, no interior a estratégia é de que os "fichas sujas" e os "inelegíveis" - mesmo impugnados - devam usar todos os prazos e recursos possíveis até às 24 horas antes do pleito, quando deverão ser substituídos por "candidatos laranjas", que ficarão aguardando as "últimas ordens" para integrar compor a chapa do impugnado, que fez a campanha e adquiriu a simpatia popular para o partido ou coligação.
A "jogada" é simples. Invariavelmente, o impugnado tem grande prestígio eleitoral e aceitação popular. Com isso, vai carregar seu “conceito” (entre aspas) até as últimas conseqüências. Na "hora H", será substituído por outro nome menos expressivo eleitoralmente. E sai até como vítima dos adversários! No dia da eleição, não haverá mais tempo sequer para alterar a foto do impugnado na urna eletrônica e o eleitor é passado para trás votando em outra pessoa, mas que já teve o nome registrado no Cartório Eleitoral como candidato substituto.

Unknown disse...

Amigos leitores, amanhã a justiça será feita? Será banido do Senado e da vida política do nosso país o senador Demóstenes Torres, mentiroso, sem ética, sem moral, amigo e sócio do contraventor Carlinhos Cachoeira? Demóstenes Torres queria ser Ministro da Justiça, e teria sido se, por uma imensa desgraça, Serra fosse eleito presidente. Será que amanhã teremos o imenso prazer de assistir o" paladino da ética e da moral", segundo a Veja(só podia), sair pela porta dos fundos do Senado com o rabinho no meio das pernas? Segundo está publicado na Folha de São Paulo, a senadora Lucia Vânia, do PSDB (GO), saiu em defesa do Demóstenes: afirmou que ele "já foi muito massacrado e está muito sofrido". Sério senadora? E o povo de Goiás, que o elegeu achando que ele iria fazer muito pelo estado, como será que estão se sentindo agora? Ele não estava se sentindo sofrido quando recebia muito dinheiro sujo da contravenção, das propinas, presentes, viagens pagas pelo contraventor Cachoeira. Ele não se sentia massacrado quando mandava arapongas investigar, gravar, montar dossiês contra seus desafetos. E nem se sentia humilhado em ser o " despachante de luxo" do contraventor Carlinhos Cachoeira. Vamos ver amanhã que Senado tem o Brasil, que senadores tem o povo brasileiro, e isso com certeza vai repercutir na mídia nacional e internacional. E o abobado senador Álvaro Dias, que aprovou o golpe no Paraguai, que foi lá lamber as botas dos golpistas, será que vai votar pela cassação do Demóstenes? Vamos aguardar, e vamos torcer para que esse traste do Demóstenes Torres seja cassado, processado, e vá fazer companhia ao Carlinhos Cachoeira lá na Papuda. Lá é o lugar dele, e não no Senado, representando o povo brasileiro, o povo do estado de Goiás.
Jussara Seixas

Amigos do Jekiti disse...

É, meu caro Henrique, esse país está mudando. É certo que o ofice-boy de luxo do Carlinhos vai "dançar", mas é bom o povo ficar de olho.
Apesar da mídia não ter mostrado o envolvimento da Veja e ter protegido José Serra, ainda assim a Bastilha tucana pode cair.
Lula começou tudo isso ao ter uma atitude mais democratica na procuradoria da união, diferente de FHC que escolhia o "engavetador geral" que defendesse seus interesses. Dilma tem seu mérito em manter-se como uma verdadeira estatista, respeitando e não interferindo em investigações que podiam prejudicar a base aliada.
O problema está no PT Vacareza que adora ir na contramão dessa revolução ética e social que está ocorrendo no Brasil há 10 anos.
Alvaro Dias, está lá no Paraguai a mando da Globo, em troca de uns minutinhos a mais no JN.

Unknown disse...

O Alvaro já é objeto de chacota no Brasil inteiro. Suas asneiras são como a velha lenda do canto do cisne.
No Paraná a desastrosa Administração Richa e do seu Prefeito Topeira, com certeza farão a população pensar muito antes de votar. Vamos esperar para ver como fica a nossa velha e querida Capela.

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento