"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

DOIDIVANAS


O resultado da eleição em Antonina, mais uma vez, desencadeou uma onda de revanchismo, intrigas e intemperança. Sinto isso nos comentários que eu modero e nos blogs "perdedores", os quais demonstram o quanto nossa postura política é retrograda e amadora.
Antes e durante a campanha proliferaram as cartas apócrifas, acusações de compra de votos, discursos inflamados contra adversários e outras mazelas da nossa política capelista. Depois que tudo passou, os inconformados com a vitória de João Domero lançaram uma onda de menosprezo, inveja e prejulgamentos, talvez por sentirem que suas esperanças estavam perdidas. Mas essa onda não só arrastou os perdedores, foi mais além, e atingiu o próprio vencedor. Seu discurso da vitória foi de uma infelicidade tremenda. Ao nominar desafetos para centenas e centenas de eleitores, mostrou que é intempestivo e que tem pouco "jogo de cintura" para enfrentar o jogo político.
Embora eu entenda que ele estava sob a emoção da vitória e na campanha obrigado a "engolir muitos sapos", não justifica tamanho destempero contra seus adversários. Entendo a sua indignação, mas João, como um servidor público que governará aproximadamente 20 mil pessoas, não pode e nem deve agir intempestivamente, principalmente por saber que não teve e não terá unanimidade.
Para os que perderam, digo que a política requer estratégias, coalizões de forças, pois são regras democráticas e muito pertinentes em um regime presidencialista, como o nosso. Essa prerrogativa existe porque os pensamentos e necessidades dos que atuam na política são heterogênicos em alguns aspectos e afins em outros. Portanto, no meu ponto de vista, o que João Domero e Canduca fizeram não foi um conchavo e sim o uso de um casuísmo, do qual seus adversários também se proveram. 
Eu sei que perder é doído, ainda mais numa cidade sem perspectivas, onde o maior empregador é o executivo. Não entender e não respeitar a vitória do adversário é, no mínimo, subestimar a vontade popular e imputar ao povo a culpa pela derrota. No entanto, um vencedor com sentimento de vingança é pior ainda, devido os problemas estruturais e conjunturais que terá que enfrentar. Se privilegiar o confronto deixará de atuar como um legislador e será presa fácil para a oposição e para aqueles que não lhe ofertaram o voto.
João e Wilsinho ganharam, legitimamente, com uma votação de peso, mas isso ainda é insuficiente para que os derrotados aceitem os resultados das urnas. O maior desses equívocos é induzir seus eleitores ao erro da avaliação, como se a vitória do outro fosse uma sucessão de injustiças conjunturais. Essa postura só vem provar o quanto padecemos de um entendimento mais amplo sobre o nosso pluralismo político, e pouco importa, a meu ver, se há interesse pessoal ou político, desde que as regras sejam respeitadas. 
As correntes que se alinharam à coligação vencedora naturalmente representam uma parte significativa da nossa sociedade, porque comungam dos mesmos interesses e projetos.Tudo seguiu as regras impostas pelas relações republicanas e ninguém que vive da política e para a política deve se indignar com a vitória do seu adversário, pois o que serviu para um serviu para o outro. Mas são os vencedores, no caso, é que precisam adotar paradigmas agregadores, pois o cargo exige ponderação, diplomacia e espírito conciliador.
João ganhou pela vontade soberana da população. Sua vitória deve ser respeitada na plenitude e servir de parâmetro aos perdedores refletirem e avaliarem as suas estratégias eleitorais e políticas.Defenestrar pessoas e adversários, sem nenhum fundamento, só retarda o nosso processo democrático e impede que caminhemos para o fortalecimento das nossas instituições. Embora eu entenda a máxima de que a democracia é barulhenta e a ditadura é silenciosa, não posso aceitar que a onda de indignação dos perdedores se configure como golpe e, muito menos, que os vencedores adotem a postura de perseguir seus adversários.
Se João venceu a eleição com o apoio velado de Canduca, é porque a estratégia deu certo e tentar desqualificá-la é subestimar a inteligência das pessoas. Para mim pouco importa de quem João recebeu apoio, o que vale é saber se as regras foram respeitadas e, a meu ver, foram. Na minha modesta opinião, só quando João estiver à frente do executivo é que será avaliado e, mesmo que faça uma boa administração, sofrerá resistência de um legislativo, cuja representatividade indicia uma oposição atuante.Naturalmente ele deve saber disso e ter a virtude necessária para enfrentar os dias difíceis, como requer a liturgia do seu cargo. Mas não custa alertar que instintos precisam ser dominados, caso contrário o povo vai perceber que é representado por um "doidivanas" e não por um estadista.
Boa sorte a João e Wilsinho.

7 comentários:

Anônimo disse...

Na política, esse ganhar das eleições não passa de êxito em uma primeira batalha... Essa vitória facilmente e em pouco tempo se tornará verdadeira "VITÓRIA DE PIRRO" se não se souber O QUE FAZER E COMO FAZER com ela.
Até agora, o que está acontecendo gera apreensão, pois o sr. Candidato vitorioso parece não saber ainda como fazer e o que fazer com sua vitória.....
NA DEMOCRACIA VERDADEIRA, NÃO HÁ INIMIGOS:- HÁ ADVERSÁRIOS. SERÁ QUE O FUTURO PREFEITO SABE VER A DIFERENÇA????? E, MAIS IMPORTANTE, CONVIVER COM ELA????????? SERÁ QUE ELE SABE QUE O PLURALISMO É CONDIÇÃO NECESSÁRIA E INEXORÁVEL DA DEMOCRACIA???? (quem sabe, o Canduca possa ensinar pra Ele a ter um pouquinho mais de tolerância, pois diga-se o que se quiser dizer do Canduca, mas.... A GRANDE VIRTUDE DELE SEMPRE FOI A PACIÊNCIA)

Anônimo disse...

A pessoa mais preparada, o nosso 'Zé' entrou pro desvio dos perdedores...
Quanto ao resto, o povo ainda teve o bom senso de não 'alienar', mais uma vez, a alma antoninense..... Temos, então, "prata da casa" -
- PRATA?
- É o que esperamos.
- ????
- Isso mesmo. Que não seja chumbo, chumbo grosso, como foi até agora....
- Ainda é tempo, seu futuro prefeito, de não destruir a própria imagem..... que, se isso acontecer, não vai ser só a imagem que vai pro brejo, não..... (Lembre-se, não se esqueça de alguém que tentou ser poderoso e prepotente demais, há bem pouco tempo atrás..... foi pro escanteio.... Quem??? KKKKK!!! não vou falar...KKKK!!!

Anônimo disse...

"Vamo batê na cangalha pro burro entendê" - a deferença entri os inimigo e os adeversário é iguar dos jogo de futebor... só sai canelada diveiz in quandu, mais tudu mundu si cumprimenta no finar da partida.

Gilson Cruz disse...

Parabéns ao prefeito eleito, democraticamente,o Sr. João Ubirajara Lopes,que ele tenha a estrela de fazer um bom mandato,pois o povo antoninense torce pelo sucesso de seu prefeito.

Márcia disse...

Luiz Henrique,

Quero crer que foi emoção da vitória ou algum grito engasgado! Hoje, quando soube deste deslize discursal, frustei-me um pouco, mas por certo, João saberá que, como prefeito, estará servindo sua cidade e não terã tempo para revanches, muito menos tomará medidas que venham a obscurecer sua bela vitória! Por último, ótimo texto, Parabéns!

Anônimo disse...

Caros amigos comentaristas ,fica a pergunta com a saída do PT da jogada as verbas federais tendem há diminuir?
Sabemos que todos(ou quase todos) os projetos eram relacionados ao PAC 1 E PAC 2,então vamos ter mais respeito!Não a esses dois aspones que ficaram na teta de canduca e desejam integrar o secretariado do próximo prefeito.O zé bunitinho e o sr.competente.Se joaozao for bom mesmo não dá nem tempo desses caras respirar!!

Anônimo disse...

Será que aqui pegava?

Uma pequena cidade italiana pode eleger um inusitado prefeito no próximo dia 28: Stefano, um bulldog francês de cinco meses que representa o Partido da Raiva. Sua candidatura pode parecer brincadeira, mas faz parte de um escracho de habitantes contra os políticos locais.

De maneira irônica e descontraída, os partidários de Stefano apresentam a campanha eleitoral com o lema “Melhor um cachorro político do que um político cachorro”. Parte dos 60 mil moradores de Agrigento, na Sicília, promete votar no cão.

Os muros da cidade estão cobertos de cartazes com o bulldog e dezenas de pessoas distribuem seus panfletos. Nas imagens, Stefano aparece engravatado, com o símbolo de seu partido (uma pata em cima da bandeira italiana) estampado no canto.

“Stefano não é um político, não é outra coisa senão um protesto contra os bandidos da política nacional”, disse um dos donos do cachorro citado pela emissora Antena 3. “Stefano está contra as castas, mas a favor das pessoas que trabalham pelo bem comum”, acrescentou ele.

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento