"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



quinta-feira, 29 de julho de 2010

TROVINHAS PARA OLINDA E MARIQUINHA


Autor: Ivo Fonseca

I

Mariquinha de Nhô Bó
Sempre desatou o nó
De seu neto Eduardinho
Que só fez forrobodó

II

Mariquinha se orgulhava
Do neto que ela criou
Deu pra ele a formação
E também o seu amor

III

Dona Olinda e Mariquinha
Sempre estavam na janela
Minha mãe na rua XV
Mariquinha na rua dela

IV

Conheci seu pai Porfírio
Sua avó uma portuguesa
Conheci a sua tia
Que tinha pose de princesa.

V

As pessoas que passavam
Sempre falavam com elas
Às vezes até se encostavam
Do lado das janelas delas

VI

Na rua do Ermelino
De sobrenome Leão
Via sempre Mariquinha
De chinelo na mão

VII

Esse chinelo servia
Para corrigir o seu neto
Que era muito levado
Mas ela lhe dava afeto

VIII

Hoje Olinda e Mariquinha
Estão em outra morada
Em uma janela nova
Sendo as duas amparadas

IX

Ao encerrar aqui meus versos
Sinto o peso da idade
Vivi com Olinda e Mariquinha
E hoje me resta a saudade.

(meu muito obrigado a Eduardo Nascimento pela arte da foto)

Um comentário:

Jura disse...

Olho as rosas na janela,
Sonho um sonho pequenino...
Se eu pudesse ser menino
Eu roubava essas rosas...

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento