"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O BECO DOS CATAVENTOS

Por Luiz Henrique Ribeiro da Fonseca

Aos meus amigos João Garça e Maneco Araponga

O campinho corroído subalterno à força d’água,
Os trilhos atritados pelo vagonete e sua carga,
A floresta do seo Juca onde a goiaba era furtada,
Assim era o "beco do mijo", de Floripa e a filharada.

Tinha Titica, tinha Moro, bem como o saudoso Tico
Tinha Ninhá, tinha Niquinho, juntos, um tiricotico.
Tinha chouriço e saci, hein, caveirinha e cabrito,
Tinha Zoa, tinha Gibe, tinha também o rico-trico.

Tinha dona Azize e minha avó Chiquitinha,
Tinha Luiza, Rosinha, também Adélia e Candinha,
Tinha de tarde na rua a conversa de tricô,
Tinha aquela fresquinha para espantar o calor.

Tinha Maneco Araponga, tinha também João Garça,
E eu que nasci Luiz, virei cachorro de raça.
Tinha o "caga-telha" e tinha o Ede Bueiro,
Tinha polícia-ladrão e a Lua sobre o outeiro.

Daqueles dias tão leves só nos restam as lembranças
Época em que o beco emergia sob uma luz tão mansa.
Hoje quando a vida nos pune e tudo na gente destoa,
Voamos até o passado, pois quem é livre, livre voa.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom!!! Ótimo!!!

Fortunato disse...

João, Maneco e o inseparável cão do João, o famoso Haroldo Motoca, só faltou o outro cão o Bagé Luis.

Amigos do Jekiti disse...

Natinho,
Não se preocupe que os queridos cachorros entrarão no Beco II, como os Jublin, e mais alguns ilustres
abraço

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento