"Monocrômica, anacrônica, atraente, arcaica Antonina, não amo-te ao meio, amo-te à maneira inteira."
Edson Negromonte.



quinta-feira, 14 de outubro de 2010

SEM BLABLABLÁ LULÍSTICO

O fato de votar em Dilma não me caracteriza como tendencioso. Todas as postagens deste blog são fundamentadas na verdade, no jogo limpo e na formação do senso crítico de quem as lêem - descupem a pretensão.
O mais interessante em nós que votamos em Dilma é que sabemos exatamente as razões pelas quais fizemos nossa escolha, diferente da grande maioria dos eleitores da candidatura tucana, que votam muito mais pelo ódio que sentem pelo PT que pelas qualidades de São José “puxadinho” Serra, o padroeiro das “virgens abortivas”.
Falando sério - embora sem mentir -, essa realidade mostra que o segundo turno se revela como um plebiscito em que há uma polarização dos que são a favor e contra os oitos anos do governo Lula. Logicamente essa visão não é tão simples assim, pois requer uma análise franca e mais detalhada sobre o que aconteceu neste país nos últimos 20 anos. Mas vou poupá-los dos detalhes e dos meandros que diferenciam PT e PSDB, apenas vou colocar suas diferenças básicas e estas têm origem na queda do socialismo e na ascensão do capitalismo.
A ideologia neoliberal tomou conta do mundo nos anos 80. O neoliberalismo tinha, em sua essência, uma propositura privatista, com o intuito de dar ao Estado uma melhor mobilidade para cuidar apenas das necessidades básicas do cidadão e que os ajustes da economia ficariam nas mãos do mercado financeiro. Com as sucessivas crises mundiais, com o Estado mais fraco, a renda concentrada e, conseqüentemente, o com o aumento do desemprego e da fome, o modelo neoliberal foi posto em xeque.
Aqui no Brasil, Collor pegou o governo com uma inflação galopante, confiscou a poupança, abriu as importações e fez sucessivos planos econômicos, todos sem sucesso. Veio FHC com o Plano Real e com seu modelo privatista. O Brasil controlou a inflação, privatizou empresas públicas a rodo, mas o crédito dessas privatizações não resultou em investimentos em políticas públicas. Essa falta de investimento aumentou o desemprego, a pobreza, sucatearam os serviços à população em todos os seus níveis e a dívida do país atingiu seu recorde em 500 anos de história, acarretando quase a quebra do Brasil, em 2003, logo nos primeiros meses do Governo Lula.
Para não ser tendencioso, não vou aqui cometer o delito de encher o saco dos senhores tucanos com os detalhes do que foi feito de bom nesse país, nem como os adeptos da privataria jogaram o Brasil na vala. Paro por aqui e que cada um encontre em suas cacholas tucanas uma razão, mínima sequer, para votar em Serra no dia 31/10. Mas sem aquele blábláblá de guerrilheira, de Erenice, de as Farcs, da mídia latrinoza, do aborto, da homilia do padre raivoso, da serenidade hipócrita do pastor e outros blábláblás pertinentes... Enfim, um paga o dízimo, outro fatura a fé!

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O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento

O JEKITI NOS ANOS 60 - foto do amigo Eduardo Nascimento