Feliz Ano Novo aos pais e mães impedidos do gesto humano do abraço,
Que sentem no quarto o frio do mormaço.
Que blasfemam a dor do cérebro à boca.
Que olham pro céu... Essa distância tão louca
Feliz Ano Novo aos pais e mães que não sabem onde deixar os filhos
Que não sabem onde deixar a dor
Que esperam na fila dos remédios
O Senhor é o meu pastor
Feliz Ano Novo aos pais e mães que vivem o bastante da sobrevivência
Da dor arrumada,
Da pura experiência.
Feliz Ano Novo aos pais e mães que perderam seus laços
Que aprenderam a vencer a distância
Que aprenderam a superar o cansaço
Feliz Ano Novo aos pais e mães das famílias suicidas
Das filhas que não são sérias
Dos filhos viciados.
Que estão na rua da miséria.
Que sentem no quarto o frio do mormaço.
Que blasfemam a dor do cérebro à boca.
Que olham pro céu... Essa distância tão louca
Feliz Ano Novo aos pais e mães que não sabem onde deixar os filhos
Que não sabem onde deixar a dor
Que esperam na fila dos remédios
O Senhor é o meu pastor
Feliz Ano Novo aos pais e mães que vivem o bastante da sobrevivência
Da dor arrumada,
Da pura experiência.
Feliz Ano Novo aos pais e mães que perderam seus laços
Que aprenderam a vencer a distância
Que aprenderam a superar o cansaço
Feliz Ano Novo aos pais e mães das famílias suicidas
Das filhas que não são sérias
Dos filhos viciados.
Que estão na rua da miséria.
Um comentário:
O Conversa Afiada reproduz comentário do amigo navegante João Henrique, enviado ao post “Classe C: Casas Bahia elogia e a Folha (*) diz que é uma invenção do Nunca Dantes”:
João Henrique
Na decáda de 90 eu fui criança e adolescente, nos natais e ano novo não havia troca de presentes, não havia peru, não havia churrasco, mas sim frango assado (lembram de que “ele” nos mandou comer frago?) e um pernilzinho, refrigereco, vinho só chapinha… não havia consumo, havia uma tradição vinda da “roça”…
Na decáda da esperança tudo mudou, todos dão presentes a todos… tem peru, tem chester, tem leitoa, tem picanha, tem vinho chileno e argentino, tem refrigerante, tem cerveja como se fosse água, tem carro novo, tem geladeira nova, tem fogão novo, tem roupa nova, tem notebook, tem smartfone, tem rojão à vontade… tem ceia na casa de todos, pois todos agora podem… essa é a palavra que resume um governo trabalhista : poder.
Eu posso, você pode, nós podemos consumir, sim hoje nós, classe C, podemos comprar nossos mais humildes sonhos, porque hoje nós temos emprego e renda, o resto a gente compra.
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